Essa vai pra mamãe
24 anos e meio atrás eu conheci uma pessoa que mudou minha vida. Foi a primeira pessoa que conheci e já dei muita sorte, pois foi a melhor de todas que eu viria a conhecer.
Uma mulher pequena, magrinha, mas com uma força... uma força que eu não faço idéia de onde vem. É incrível. Logo depois que eu a conheci me disseram que ela era minha “mãe”. Eu, sinceramente, não entendi muito bem esse conceito super abstrato de “mãe”. Só que logo vi que a tal “mãe” era a pessoa que iria cuidar, limpar, carregar, aquecer, levar, trazer e, especialmente, amar. Tudo isso pra mim, por mim.
Durante longos 14 anos ela foi só minha. Mas aí o cara lá em cima decidiu querer provar que existia e mandou uma outra pessoinha pras nossas vidas e eu vi que amor de mãe era uma coisa tão enorme, tão forte, que ela podia amar na mesma intensidade os dois. Agora taí: ela andando com um filho de 10 anos pra cima e pra baixo. Acho que eu só tive a real consciência do que é a maternidade ao ver minha própria mãe grávida.
Os tempos passaram e ela, além de mãe, acabou sendo minha professora. E eu que achava que mãe já ensinava o suficiente... mas ela conseguiu, além de me ensinar a comer igual gente, amarrar o sapato e não enfiar o dedo no nariz, a saber o que foi a Revolução Francesa, quem foi o Duque de Caxias e mais uma meia dúzia de coisas interessantes. Gostei tanto do negócio que até História eu fiz (tudo bem que ela me matriculou neste curso, quando eu pedi Letras... mas tudo bem, mãe a gente releva).
Durante muito tempo fomos só nós dois. Todo mundo longe e um só tendo o outro para contar. De certa forma, mesmo quando os outros estavam perto, sempre fomos só nós dois. E ainda somos.
Eu fui embora, não moro mais na casa dela faz um bom tempo... mas ela ainda consegue dizer se estou com fome, triste, cansado ou qualquer outra coisa só pelo meu “alô”, a 170 km de distância. Coisas de mãe...
E hoje é o dia dela. Aniversário... ela tá ficando mais experiente. Vários anos nas costas, mas ela não ta nem aí. Virou até universitária de novo esse ano, a espertinha. Parece uma menina. E quem disse que não é?
Então é hora de dar os parabéns, desejar tudo de bom e muita alegria. Porque ela merece e de tristeza a gente já se encheu. É tempo também de pedir que nosso camarada lá em cima a conserve assim, perfeita em sua imperfeição, por tanto tempo quanto for possível. Porque daqui um tempo outra pessoinha vai aparecer e, do mesmo jeito que ela me mostrou o que é ser mãe, ela vai ter que mostrar o que é ser avó - como eu sei que ela aprendeu com a mãe dela.
Valeu mãe! Você fez de mim o que eu sou hoje. Pro bem e pro mal. E eu gosto pra caramba de mim, sabia? E de você eu nem preciso falar, né? Te amo!
Beijão do seu filho mais velho...
quarta-feira, maio 26, 2004
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