domingo, maio 31, 2009

Star Trek - a late review

A primeira coisa que salta aos olhos ao assistir o novo Star Trek são as sólidas atuações de todo o elenco. E isso já diz muito sobre o filme, afinal, estamos falando de personagens que haviam sido interpretados pelos mesmos atores durante mais de 30 anos antes dessa produção.

Da equipe base da nave Enterprise, começando pelo jovem navegador Pavel Checov (Anton Yelchin), passando pelo piloto Hikaru Sulu (John Cho), pelo engenheiro Montgomery Scott (Simon Pegg), até o médico Leonard “Bones" McCoy (Karl Urban), todos estão muito bem. Cada um deles consegue imprimir sua marca pessoal aos personagens, mas ainda assim mantendo um respeito e uma referência clara a quem veio antes.

Porém, em termos de atuação, os destaques são, indubitavelmente, a Uhura de Zoe Saldana, o Spock de Zachary Quinto e o Kirk de Chris Pine. A primeira consegue dominar a situação de ser praticamente a única mulher do elenco (temos a surpresa de ver Winona Ryder como a mãe de Spock, mas não é nada além de uma ponta) e representa com firmeza e paixão essa condição.

Já quando falamos do vulcano de orelhas pontudas, Quinto realmente dá um show. Em momento algum é possível lembrar que é a mesma pessoa que interpreta o já clássico vilão Sylar, de Heroes. As nuances do conflito interno do personagem, que se divide em ser um filho racional de Vulcan ou um passional terráqueo, são transmitidas com precisão, sem exagero para nenhum dos lados.

A missão de Quinto era, sem dúvida, a mais difícil entre os atores, visto que Leonard Nimoy, o Spock original (ou Prime, como foi bem nomeado nesse filme) está presente na película. Dessa forma, as comparações seriam mais que inevitáveis. Porém, a diferença entre os dois é nítida e positiva, com o novo Spock se mostrando verdadeiramente jovial e muito intenso.

Chegamos então ao Capitão Kirk. Protagonista da fita, Chris Pine não decepciona. Confesso que esse era meu maior temor: colocar um “bonitinho” qualquer para fazer um papel eternizado em estilo e (óbvio) canastrice pelo ícone absoluto, William Shatner. Mas Pine realmente surpreende. Com um Kirk ainda mais audacioso do que o tradicional – sinal de sua pouca idade – alcança um patamar que pode ser considerado, no mínimo, respeitoso.

Trama esperta
O mestre nerd J.J Abrams foi extremamente arguto ao criar uma saída no roteiro que possibilitasse recriar a franquia Star Trek sem esquecer tudo que já aconteceu na cronologia Trekker. E, mais importante, faz isso de uma maneira tão suave que até mesmo os não-iniciados conseguem entender e curtir tudo.

Essa, aliás, é a melhor qualidade deste filme: ele é acessível. É uma produção que se coloca como uma novidade desde o início. Você não precisa saber quem são os vulcanos, o Kobayashi Maru, a federação ou qualquer outro item da imensa e rica cronologia de Star Trek para se emocionar, vibrar e torcer pela equipe a bordo da Enterprise.

Mas, ao mesmo tempo, os fãs de longa data não são ofendidos por nada. Pelo contrário, são homenageados a cada segundo. Especialmente naqueles em que Leonard Nimoy está na tela. Aí está o exemplo de alguém que consegue usar a idade e a experiência a seu favor. Spock Prime é a cereja do delicioso bolo que Star Trek oferece aos espectadores.

Um bolo que nos dá a maravilhosa sensação de “quero mais”. Algo que os 193,97 milhões de dólares arrecadados apenas nos EUA demonstram que não deve estar muito longe.

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