sexta-feira, abril 04, 2003

"Entre os grandes, és o primeiro"

Bom, aí o que aconteceu? O Tricolor ganhou de 5 a 1 do Gama. Resultado não mais do que o esperado, diante do que jogaram as equipes na partida de ida. Mas quem vê o placar não imagina que o jogo acabou o primeiro tempo com a equipe brasiliense na frente do placar e que o tricolor só conseguiu empatar e virar com um certo sacrifício e com Ricardinho cobrando um escanteio sensacional e o matador Luis Fabiano chegando junto forte de cabeça pra abrir o placar.

Mas isso não foi o que mais chamou a atenção no jogo, mas sim o que aconteceu depois. Os jogadores, liderados pelo capitão Rogério Ceni deram apoio total e irrestrito a Oswaldo de Oliveira – fato não muito comum de ser visto no meio futebolístico.
Em um exemplo de profissionalismo, amizade e respeito, os jogadores reuniram-se em volta de seu comandante e deram a ele o voto de confiança necessário para continuar a exercer (e bem) o seu trabalho.

Ao mesmo tempo, eles calaram a boca das partes dissonantes da diretoria, que não tem como ir contra um grupo de 22 jogadores. O fato, mais que tudo, serve para mostrar que os verdadeiros donos do espetáculo, quem efetivamente dá o show, têm muito mais poder do que eles próprios imaginam.

Revolução, meu povo! Camaradas, às armas, que nossa luta e justa e portanto não poderemos perder.
Sentimentos movidos por um ideal. É deus no céu e nóis na fita!
Tricolor no coração.

(e pau no cu das galinhas pretas)


Into the void

I've been here before
This place where the sun doesn't shine
where the kids doesn't smile
Where the eagles dare to land

Here, where everybody has her face
Yes, I've been here before

Where every room is made of mirrors
where the light can't brake through
Where I'm lost
Where I'm all alone

quinta-feira, abril 03, 2003

Tá no ar!!!

sim, o It's all about Insanity orgulhosamente convida a todos para conhecer o seu novo filhote: a Legião do Mal.

Sim, um blog inteiramente dedicado aos quadrinhos e artes adjacentes, como televisão e cinema. :-)

Vão lá ver que o menino tá ficando bonito!




Lost in the realm of dreams

Os sonhos da infância encontraram seu fim. Não há mais o riso fácil, o desejo solto e a alegria simples. Uma pedra foi colocada no caminho, encerrando o assunto de uma maneira que parece ser definitiva. Não há mais o brilho nos olhos e o coração sobressaltado. O castelo de cartas se desfez.

Aquele amor, que parecia eterno, murchou. Ela vive outra vida, outra realidade. Cresceu, se modernizou. Tornou-se plena, senhora de sua vida. Não há mais espaço para divagações chorosas adolescentes. A hora é de ser adulta.

Enquanto isso, ele se perde no labirinto intrincado de sua mente perturbada. Acaba percebendo, no meio da tormenta, que baseou toda sua vida em devaneios sem nenhuma âncora em fatos concretos. O momento é de decisão. Ficará ele a combater moinhos de vento ou partirá em busca do totalmente novo?


Quem é o figura?

Atendendo aos inúmeros pedidos, revelo a vocês quem é o Cury.

Bom, começo dizendo que ele é meu amigo há aproximadamente 8 anos. Sim, nos conhecemos desde os tempos da terrinha. Atualmente ele é uma das três pessoas com as quais divido um apartamento na região central de São Paulo. E, o cara com o qual divido o meu quarto. Notem que eu digo aqui DIVIDO, que signfica uma metade para cada, seperação. Que é bem diferente de compartilhar, coisa que definitivamente nós NÃO fazemos.

Como eu e outros frequentadores deste espaço (Marcel e Vitti, especificamente), ele é fã de quadrinhos. Porém, o menino está um passo além nessa loucura da qual compartilhamos. Ele é o que eu costumo chamar de fã xiita. Hardcore mesmo, sabe?

Mas isso não é, necessariamente, algo ruim. O Cury é hoje, muito provavelmente, um dos caras que mais entende do DC Comics Universe deste lado do Equador. No Brasil, digo sem medo de errar que ninguém manja mais do DCU do que ele. Um dia isso ainda vai render frutos outros que não comentários "espertos" aqui no blog. O cara é bem inteligente e escreve até que bem, como vcs já puderam perceber.

Então, se alguém quiser saber qquer coisa sobre quadrinhos de super-heróis (sem contar as bobagens da Image Comics), pode perguntar que o homem vai saber responder. Se for do Flash então, aí nem tem graça.

É isso!

quarta-feira, abril 02, 2003

Há retorno?

Quantas vezes podemos tentar? Há algum erro impossível de ser remediado? Há feridas impossíveis de serem curadas? Nos ciclos infinitos da vida é possível retomar algo do instante em que tudo parecia estar perdido?

Tudo pode acontecer. A vida é absolutamente plena de possibilidades. As respostas estão onde menos se imagina. É preciso apenas paciência e calma, para alcançar o estado desejado.



terça-feira, abril 01, 2003

Entrevista do dia

É, hoje não será uma crítica mas sim uma entrevista. Peço desculpas desde já pois não sou um grande entrevistador. Pra ser sincero, acho que sou péssimo entrevistando. Mas são ossos do ofício e então vamos lá.

No início de 2001 segui para o Rio de Janeiro acompanhado por um grupo de grandes amigos para curtir o Rock in RIo III. Além de assistir aos shows, eu estava realizando um sonho, estava ali como jornalista para cobrir o evento (na raça, pois minha credencial foi cancelada uma semana antes da viagem), falar com uma porrada de gente que eu só via pela TV e ouvia pelos discos.
Foi um período mágico, sem precedentes na história da minha vida.

A entrevista abaixo foi feita por mim e pelo meu brother jornalista e músico Diego Rodrigues com Josh Homme, guitarrista e vocalista que começou sua carreira na década de 80 no Kyuss, uma banda não muito conhecida no Brasil, mas que possui fãs ardorosos em todo o mundo. Hoje ele é o principal expoente do Queens of the Stone Age, banda que foi considerada a melhor do ano 2000 pela a imprensa especializada. Seu penúltimo disco, Rated-R, foi um dos mais vendidos nos EUA em 2000. Ela foi feita em seu quarto de hotel, um dia antes da apresentação no Rock in Rio III. Leiam e aproveitem!

It's All About Insanity - Por que o Kyuss se separou? Foi algum tipo de conflito musical?

Josh Homme - Não houve nenhum tipo de conflito na banda. Nós nos conhecíamos desde que éramos crianças. Fazíamos aquilo só pela música. Mas as coisas começaram a crescer e, eu acho, que nenhum de nós queria isso. Mas na minha perspectiva, foi tudo muito positivo. Nós conseguimos muito mais do que imaginávamos que seria possível conseguir. Tocamos em vários países, gravamos quatro discos. Eu nunca achei que nos conseguiríamos fazer 1 disco!. (risos) Paramos enquanto estávamos bem. Decidimos preservar aquilo, que era lindo, ao invés de destruir. Eu acho que foi bom termos feito isso. Não queria ver aquilo afundar e se perder. Mas todos nos diziam para não fazermos isso porque nós ainda seríamos muito grandes. Eu respondia ‘vocês não entendem!’ Acho que nós estávamos cercados de idiotas.

IAAI - Deve ter sido difícil para vocês fazerem sucesso tão jovens. Sempre havia alguém falando algo, querendo algo de vocês, certo?

J. H - Era exatamente isso. Era muito difícil mas eu acredito que todos nós sabíamos o que estava acontecendo, tínhamos bastante consciência. Só foi ruim porque às vezes acabávamos afastando gente muito boa, pois éramos muito fechados. Mas para mim, a banda em que estou tocando não importa muito, pois eu continuo tocando dentro dos meus ideais. Mesmo agora, no Queens, se a banda acabasse agora, eu ficaria numa boa.

IAAI - De lá pra cá seu estilo de tocar mudou muito. Sua guitarra está mais econômica. Por que isso aconteceu?

J.H - Para começar, eu não queria fazer um “Kyuss parte II”. Porque para mim isso seria como se eu plagiasse a mim mesmo. E depois, você cresce, se desenvolve e acaba mudando. No Kyuss nós, deliberadamente, fazíamos um som meio ‘tosco’. Não queríamos soar bem. E agora, depois de quase nove anos fazendo aquele tipo de som, que era quase que uma ‘jam session’ o tempo todo, fiquei de saco cheio. Não quero mais fazer ‘jams’, quero ouvir canções de verdade. É claro que eu ainda faço ‘jams’, mas não é mais a mesma coisa.

IAAI - Como é a experiência de tocar no Brasil?

IAAI - O público daqui parece ser muito receptivo. Do meu modo de ver, os brasileiros são o tipo de pessoas que largam o que estão fazendo e saem pulando quando ouvem uma música legal. Eu sempre quis vir para cá. Da primeira vez que fomos para a Europa com o Kyuss queríamos ter vindo para cá, mas nos disseram que era muito caro e difícil.

FE - Você tocava com o Screeming Trees. O que você trouxe deles para o QOTSA?

IAAI - Para mim, tocar com o Screeming Trees, foi como um treino para tocar com o Queens. Quando eles me convidaram eu estava escrevendo muita coisa, mas não estava mostrando para ninguém. E era tudo muito econômico e no Trees eu tocava a base, não tinha que ficar fazendo solos nem nada assim. Isso me agradou muito, pois era algo simples, como as minhas coisas na época.

J.H - Você tem uma clara preferência por sons mais simples. O que você pensa de guitarristas que tocam várias notas, como Malmsteen por exemplo? O que você pensa desse tipo de música?

IAAI - Eu, pessoalmente, prefiro quando você pode perceber o que está acontecendo, quando pode-se cantar junto. É claro que há momentos em que se faz uma levada mais rápida, mas quando eu vejo quinze notas passarem num piscar de olhos, eu paro e pergunto: ‘O que você acabou de tocar?’ Não dá para saber, você nem percebe. Prefiro uma nota a quinze.

J.H - Quais são seus guitarristas favoritos de todos os tempos?

IAAI - São os que considero mais ‘fáceis’, como Jimi Hendrix, que tinha uma levada muito fácil. Me agrada muito também um cara com quem eu trabalhei no “Desert Sessions”, chamado Mario Lalli. Ele é guitarrista de uma banda chamada Jetson. Seu estilo é muito estranho. É pesado, mas ao mesmo tempo jazz e rock. É bastante inovador e característico. Quando eu ouço algo, mesmo sem ver a imagem, já percebo que é ele. Para mim isso é algo importante. Quando alguém ouve a minha música, ele consegue me identificar? Eu busco isso e respeito quem consegue. Jimmy Page é um exemplo disso.

IAAI - Fale um pouco mais sobre o “Desert Sessions”

J.H - Basicamente, foi uma experiência musical. Colocar as pessoas juntas, a maioria que não se conhece, trocar de instrumentos, fazer um som... enfim, deixar a coisa rolar. Levar todos para fora daquele ritmo alucinante da cidade (as gravações são feitas no meio do deserto, por isso o nome “Desert Sessions”), para fazê-las lembrar do por quê fazem música. Eu estive sempre esperando alguém me convidar para fazer algo assim. Como isso não aconteceu, acabei fazendo isso eu mesmo.

IAAI - Falando agora sobre o “Rated-R”, ele é um disco que soa um tanto quanto vintage, uma sonoridade bastante analógica. Que tipo de equipamento foi usado na gravação?

J.H - Ele foi gravado em dois gravadores de analógicos de 16 pistas, com fitas de duas polegadas. Eu não o vejo como algo ‘retro’. É que eu simplesmente não consigo usar nada digital na minha música! (risos) Eu até usaria se estivesse fazendo techno ou Rap, ou algo assim. Mas o meu negócio é Rock n’ Roll! Eu tenho que star ali, ouvindo as coisas. Além disso, todos os meus discos favoritos foram feitos dessa maneira. Não é porque todo mundo está usando equipamentos digitais que eu também tenho que usar.

IAAI - Todo mundo anda endeusando o QOTSA, dizendo que vocês são “a banda do novo milênio”, o “novo Nirvana”. O que você pensa disso? Isso aumenta a responsabilidade para o próximo disco?

J.H - Bom, mesmo continuando a turnê, nós vamos começar a fazer a pré-produção do novo disco no próximo mês. Mesmo que todos esperem uma certa responsabilidade, eu não tenho nenhuma comigo mesmo (risos). Eu não estou aqui para salvar ninguém. Não sou o “novo Nirvana”. Eu acho que as pessoas têm uma necessidade de colocar um rótulo em tudo. Eu nunca me preocupei com isso e seria uma vergonha se eu começasse a me preocupar agora.. Eu acho que devo continuar a fazer tudo que sempre fiz, e parte disso e dizer: “Foda-se!”. Não há pressão se você faz o que gosta, se escreve suas músicas e toca as melhores. O único problema em tudo isso é que alguém pode ler algo em que está escrito que o nosso disco é o “novo Nevermind” e começar a pensar “Esses caras se acham o Nirvana, danem-se eles!”, mas sem nunca ter ouvido o disco. Mas espere um pouco. Eu nunca disse isso, foi o carinha ali que falou (risos).

IAAI - Você possui algum método de composição? Você pensa primeiro em uma coisa, depois em outra? Como é?

J.H - Não tenho nenhum tipo de hábito no que diz respeito à composição, e me esforço para nunca ter. Não quero sempre andar num mesma direção. Prefiro rodar por aí e esperar as coisas “trombarem” comigo. Às vezes é a melodia, às vezes uma base de guitarra. E qualquer coisa pode servir de inspiração.


Crítica do Dia

King Diamond (Rock Brigade)
House of God

É pessoal, só uma palavra consegue definir este disco do nosso velho e bom amigo King Diamond: Porrada! Dentro de suas características, ele mostra que continua mandando muito bem. São álbuns como este que servem para calar a boca daqueles "modernos", que adoram dizer que o Metal está morto.
Glen Drover e Andy La Roque se revezam nos solos e ambos fazem um ótimo trabalho. Todas as músicas tem uma beleza épica, com muito peso sendo distribuído de forma extremamente harmônica e melódica. O baixo de David Harbour completa de forma precisa esse quadro. Conseguem exemplificar bem isso a faixa-título, além de "The Pact" e "Just a Shadow". Preste atenção também em "Upon the Cross", que inicia o CD - Mais sinistra impossível.
Se você é daqueles que já conhece o estilo, vá em frente sem medo. Se nunca ouviu nada nessa linha, aproveite que a hora é agora.

segunda-feira, março 31, 2003

The king is back

Pois quando eu menos esperava o monstro voltou a rondar meu castelo. Dessa vez, deixou-se ver e fez um leve ataque. Mas, para minha surpresa, os consertos feitos em minha defesa foram mais do que suficientes. Meus arqueiros posicionaram-se muito bem e evitaram qualquer tentativa dele em escalar as minhas muradas.

O medo que invadia meu ser sempre que o monstro era avistado não se manifestou dessa vez. Sentei-me em meu trono e comandei minhas tropas com o rigor e a autoridade que elas esperavam de mim. Voltei ao meu local verdadeiro, de onde nunca deveria ter saído – e de onde me ausentei tempo demais.

Sim, sou novamente um rei pleno e completo. Meu reino curva-se diante do meu poder e de minha decisão. Apenas esperam que a atitude não se converta em maldade e soberba. Acredito que seus corações podem ficar tranqüilizados. A bondade vive aqui. Apenas a ingenuidade deixou este ser.


domingo, março 30, 2003

Solaris

Assistam Solaris. Não achei que o George Clooney pudesse ser tão bom ator, nem que Soderbergh pudesse ser tão bom diretor.
Várias pessoas saíram do cinema antes da primeira meia hora. Não aguentaram o ritmo pesado e bem marcado do filme. É angustiante, mas belíssimo.
Ainda estou digerindo algumas idéias que ele passa, quando pensar melhor (se conseguir) escrevo mais sobre ele. Mas assistam, sério mesmo.

Perguntando ao vácuo

Sinto falta de alguém que se foi há tempos. Uma pessoa que as brumas da noite carregaram para o mar da saudade.
Ela partiu num barco construído com as lascas do meu coração e montado sobre as pedras que eu bobamente lhe atirei.

O passado não volta, mas será que existem outras chances para quem errou tanto?
Ainda há o que ser dito? O tempo passou, o futuro é agora e talvez não exista amanhã.
Que forças vão nos conduzir no momento em que nos decidirmos pelo caminho que mais nos apetecer?
Limpezas e críticas

Estava eu fazendo aquela limpeza periódica na máquina, quando me deparei com alguns textos que escrevi na época em que trabalhava com música. São críticas de discos, algumas entrevistas... Decidi então que vou colocando essas coisas aqui aos poucos. Começo com algo que escrevi sobre o disco Mad Season do Matchbox Twenty. Confiram e comentem:

MATCHBOX TWENTY(Atlantic/WEA)
Mad Season

Depois do estrondoso sucesso ao lado de Carlos Santana, Rob Thomas tomou as rédeas de sua banda, o Matchbox Twenty, e lançou um álbum feito praticamente só por ele. Em Mad Season todas as canções são composições suas, apenas dividindo os créditos com o produtor do disco, Matt Serletic, em Bed of Lies e Last Beautiful Girl e com o batera Paul Doucette em Stop. Isso pode parecer pretensioso, mas o disco é gostoso de se escutar. É cheio daqueles músicas empolgantes e de baladas não tão melosas que com certeza vão tocar no rádio até cansar.
Os guitarristas Kyle Cook e Adam Gaynor fazem só básico, sem nenhum exagero. E ao fazer isso, eles dão uma identidade ao som do grupo, ou seja, ao ouvir qualquer coisa saída daqui, já se tem a certeza de que é deles de que se trata. E ainda tem Thomas mandando ver em um violão, como em Angry. Destacam-se as levadas legais da faixa que dá nome ao CD, Mad Session e de Black & White People. Para quem gosta desse tipo de Rock Pop, ou quer simplesmente ouvir um som cool, sem preocupação e "punhetagens intelectuais" é um prato cheio.