sexta-feira, agosto 01, 2008

Fazendo as coisas ficaram mais animadas

Futebol é paixão, é emoção. Todo mundo diz isso. Mas isso apenas dentro de campo, porque, sejamos sinceros, entrevistas de jogadores, técnicos e dirigentes estão cada vez mais chatas.

Todo mundo fala sempre a mesma coisa, sem se comprometer, passando a culpa para a arbitragem e ninguém nunca dá “nome aos bois”.

Mas eis que surge, ainda, um lampejo de originalidade e coragem.

Edmundo, hoje no Vasco, detona companheiros de equipe sem o menor pudor na entrevista abaixo. Fala, com muita coragem, de dois outros jogadores que são “chinelinhos”. Gíria boleira para designar aqueles que se dizem machucados para não entrar em campo.

Num tempo em que o corporativismo floresce fortemente nos gramados, ver alguém que não tem receio de ser criticado (até mesmo porque não tem mais nada a perder) anima. Demonstra que a inteligência ainda tem espaço num mundo movido, total e inteiramente, pela grana.

Pois essa história de não falar mal dos outros ocorre porque os jogadores querem garantir suas “boquinhas” no próximo clube. Ficam receosos de um ex-companheiro o “queimar” num outro momento.

O futebol seria muito melhor se ainda tivéssemos outros Edmundos. Entre os técnicos, o único que se salva é Muricy Ramalho, com seu poder infinito de mal-humor ao rsponder jornalistas – causando, na maior parte das vezes, uma reação engraçadíssima com isso. Alegre, como o futebol deveria sempre ser.


quarta-feira, julho 30, 2008

Desrespeito

Será que é muito difícil para as operadoras de internet banda larga manterem um serviço com um mínimo de qualidade? Há poucas semanas foi a Telefônica, com seu Speedy, que caiu e ficou fora do ar por dias (e que nunca mais foi o mesmo desde então).

Nesta sexta-feira, dia 25, foi a vez do Vírtua, da NET Serviços, cair e não voltar mais em toda a Zona Oeste de São Paulo.

Em todos os mercados, a excelência em serviços é o objetivo maior das empresas. E o respeito pelo consumidor é um item que nem mais é comentado, por se tratar de uma questão obrigatória. Não há discussão sobre isso.

Porém, para essas empresas, parece que isso não existe. Para elas, nós, os consumidores, não estamos fazendo nada além de um “favor” contratando os serviços deles. É ridículo.

Se é assim agora que as empresas são privadas, imagina quando eram públicas.

A única saída está nas mãos dos consumidores. Somente nos organizando e colocando “a boca no mundo” conseguiremos obter um mínimo de reconhecimento e atendimento correto.

Para quem quiser reclamar, no caso das teles, vá ao site da Anatel. Não é muito, mas já é alguma coisa.

domingo, julho 27, 2008

O mundo é nerd! – Pt 2

A Conquista

O que antes era apenas um universo no qual viviam “iniciados” hoje é a maior fonte na qual bebem os produtores de Hollywood, sejam de TV ou de cinema. Dados que comprovam isso nos 10 filmes mais assistidos nos EUA em 2007: 1) Homem-Aranha 3; 2) Shrek 3; 3) Transformers; 4) Piratas do Caribe 3; 5) Harry Potter e a Ordem da Fênix; 6) Eu sou a Lenda; 7) O Ultimato Bourne; 8) 300; 9) Rattatouille e 10) Os Simpson – O Filme.

Vamos lá, caso a caso, do fim pro começo: Os Simpsons é um desenho animado, bastante conhecido do público. Não é necessariamente, um programa nerd. Rattatouille é mais um desenho animado e se enquadra na mesma categoria.

Aí chegamos em 300. Obra adaptada de forma extremamente fiel dos quadrinhos de Frank Miller. Ou seja: nerd até o fundo da alma.

Depois disso temos Ultimato Bourne, um bom filme de ação, mas sem nerdice. E, logo depois, vem Eu sou a Lenda. Filme baseado num livro de ficção científica da década de 1950. Ficção Científica? Nada mais nerd, não é verdade? Harry Potter está logo depois e até que é um pouco nerd, porque é um livro e tudo mais. Apesar de totalmente mainstream. Piratas do Caribe é da Disney e isso já diz tudo.

Chegamos então ao TOP 3. O terceiro lugar é de Transformers. Filme que resgata a clássica série de desenhos animados (e brinquedos) dos anos 80. Cultuada por 9 em cada 10 nerds com mais de 25 anos de idade. Carros, aviões e outros veículos que viram robôs!!! Isso é pra deixar qualquer moleque espinhento e antisocial parado por dias. Nota 10 na escala de nerdice.

No segundo posto, temos o simpático ogro de Shrek. Ok, esse não é nerd. É criação nova, não traz aquele ar criado pelos fãs (nerds, obviamente) de algo “mitológico” e “maior que a vida”.

E em primeiríssimo lugar... Homem-Aranha 3. Um filme baseado nos quadrinhos do maior nerd ficcional de todos os tempos, Peter Parker!

É interessante pensar nas causas desse fenômeno. Pode-se dizer que o avanço das comunicações o causaram, pois mais gente tem acesso à informação e assim fica mais fácil de tomar contato com elementos antes restritos.

Porém, prefiro acreditar que, finalmente, a indústria do entretenimento rendeu-se a uma fonte de conteúdo existente desde a década de 1930, se estivermos falando das histórias em quadrinhos de super-heróis.

E estes mesmos quadrinhos tachados por muitos como “coisa de criança” são o espaço criativo que trouxe discussões avançadíssimas para a época em que foram feitos, notadamente na década de 1970.

As discussões sobre o uso de drogas de “Lanterna Verde & Arqueiro Verde”, o preconceito comentado arduamente em “X-Men” e até mesmo o alcoolismo mostrado nas páginas de “Homem de Ferro”. Tudo isso era feito em revistas supostamente para crianças naquele tempo.

Depois das fórmulas esgotadas das franquias da década de 1980 (Duro de Matar, como um ótimo exemplo) uma crise de criatividade assolou Hollywood. Aí só restava procurar as melhores fontes disponíveis.

Com isso, o que se pode dizer é que os nerds chegaram ao poder. Sim, ao poder. Pois, em tempos em que a mídia move o mundo, quem a controla está completamente no topo.