quinta-feira, julho 10, 2003

Redemoinho

Como o hoje e os amanhãs não estão trazendo algo que me faça suar frio, ter os batimentos acelerados nem nada do tipo, tô quase chutando o balde e voltando no tempo, pedindo arrego mais uma vez... estragando a vida de outra pessoa de novo.

Pensando bem, é uma fraqueza enorme. Toda vez que a corda aperta mais forte no pescoço eu tento correr atrás de um porto que nem é mais tão seguro assim. Pelo menos não na realidade. Mas nos meus sonhos... é onde eu sempre terei guarita.

Estou (de novo) confundindo o que eu quero que aconteça com o que de fato está ocorrendo. Isso não é nada bom... Mas o caminho é tão solitário que as vozes dentro da minha mente, que eu aprendi a deixar em volumes baixos, se aproveitam do eco causado por ninguém estar por perto e cresçem, cresçem, cresçem...

Não há caminhos fáceis... não há saídas prontas. Ao mesmo tempo que pontes são construídas, estradas são devastadas, trilhas são escondidas. Por trás de uma capa de alegria, mora um mundo inteiro de infelicidade.

quarta-feira, julho 09, 2003

Crítica do Dia

Faz tempo que não coloco crítica nenhuma aqui, né? Revirando meu baú de antiguidades, achei um pequeno texto que escrevi sobre um filme muito legal, sensível e tranquilo que vi faz um tempo... Procurem no vídeo que vale a pena.

DUAS VIDAS
(DISNEY'S THE KID)

Bom, quando você ficou sabendo desse filme deve ter pensado: "Bruce Willis e um pirralho... De novo? Esses caras não cansam não?"

Mas não é que acertaram de novo? O filme é bom, não é uma cópia de "Sexto Sentido" (aliás, passa bem longe disso) e mostra, definitivamente, que Willis é um ator completo, que sabe fazer Drama, Suspense, Ação e Comédia.

A história é a seguinte: Willis é um cara próximo de fazer 40 anos, bem sucedido na carreira profissional, mas que no pessoal é uma droga. Aí, um belo dia, ele recebe a visita de seu eu mais jovem - um moleque de 8 anos - que chega para mudar tudo.

Tá, aí você vai dizer: "Fraquinho esse roteiro, hein?" É, não é dos mais fortes, eu admito. Mas quem teve infância vai se emocionar com certeza. As cenas do garoto se revoltando com seu eu futuro porque este não tem cachorro nem namorada são sensacionais. E quando Willis volta ao passado pra ajudar a si mesmo em uma briga de colégio, muitos certamente irão se identificar (afinal, quem nunca brigou na escola?).

Não é a maior obra que o cinema já produziu. Mas considere que é um filme Disney, e eles nunca abusam muito. Este aqui já é até meio forte demais para os padrões deles. É claro que podia ser melhor, mas do jeito que ficou, dá uma bela Sessão da Tarde. E, com tanta porcaria por aí, isto já é mais do que suficiente.



segunda-feira, julho 07, 2003

A pergunta é...

Por que eu insisto?

Já foi dito da contradição que ela é o motor da História. Que sem uma necessidade a ser preenchida, o homem se estagnaria e acabaria morrendo.

Minha contradição dá-se na questão do tempo. Da mesma maneira em que viso sempre o futuro, projeto sem parar o que está por vir, prendo-me a uma idéia, a um sentimento que, na prática, há muito se foi. Mesmo sabendo que aquilo poucas vezes funcionou direito, a maldita idéia teima em povoar minha mente.

É um carro que dobra a esquina, um cabelo que passa esvoaçante, um cheiro que vez por outra permeia o ar ou ainda uma voz que penso ouvir ao fundo. E quando esses sentimentos surgem, o coração se sobressalta, a pressão aperta o peito e tudo gira, como num carrossel louco formado por dragões em fúria.

Penso o que seria de mim se não houvesse a briga intensa entre passado e futuro a me incomodar. E mais, não estaria eu deixando o presente de lado (como muitas e muitas vezes já fiz) vivendo de sonhos do que passou e de esperanças no que pode ser?

Não há como responder no momento. Só o tempo (este imponderável), irá dizer.