sábado, abril 26, 2003

Revisitando a dor

Tempos atrás excrevi este texto para uma garota que passou pela minha vida. Mais uma delas. Eu tinha acabado de tomar um pé. E como vcs bem sabem, escrever tem relação direta com os sentimentos extremos. Pra mim, é pura liberação de energia. Hoje decidi, sei lá pq, reler o que havia escrito. Gostei... retrata bem o que eu estava passando e sentindo. Segue o texto:

O que é o sofrimento? Como defini-lo? Não há palavras suficientes para expressar meu sentimento nesse momento. Vazio, nada, solidão... Nenhuma dessas e todas elas ao mesmo tempo. Ela não me quer. Fazer o quê? É a vida... Ao menos eu tentei. Mas não foi suficiente. Não foi o bastante... Podem até dizer que as coisas não são bem assim, que não depende só de mim, que ela também precisava querer. Mas é duro conseguir pensar dessa forma agora.

Moinhos de vento. Sinto-me enfrentando alguns deles. Dom Quixote moderno e passional. O duro vai ser conviver com ela sem poder me aproximar como antes, sem nada, nada. Oh, guerra inglória! É... realmente a História que se faz é sempre a dos vencedores. Afinal, vencidos querem apenas se esconder em suas tocas frias e imundas. Talvez lá eles encontrem algum conforto. (É obvio que não vão encontrar, mas não custa nada dizer) Agora percebo que "amor é fogo que arde sem se ver". Mas é ferida que dói e se sente muitíssimo. Ah, dor que fere e punge - isso sim!

Estou perdido e sozinho nesse caminho escuro. Tudo o que queria era alguém que eu não precisasse puxar, que corresse ao meu lado. Não é pedir muito. Tenho consciência de que sou chato e exigente, mas que não sou muita coisa.

Olho pela janela, buscando uma resposta no horizonte, mas a quietude da madrugada só me deixa mais melancólico. Saída, saída: é tudo o que eu quero... Por alguns instantes consigo sublimar toda aquela energia que queima dentro de mim, mas o nome dela vez por outra incendeia meus lábios... e arde em minha mente e em minha alma.

A verdade é uma só: Agora não. Me apego no "agora" da frase anterior, mesmo sabendo que isso é idiotice. Mas me apego somente nesse momento, em que teço estas ridículas linhas. Sei que as coisas não são assim. É realmente idiotice. Mas o grande idiota, sem dúvida nenhuma fui eu. Bem, deveria estar acostumado. Sempre fui... Ah! Penso nela brilhando, bailando à minha frente, por corredores frios que se iluminariam ante sua presença... E eu podendo só observar. Como dizia aquela velha canção, "que sorte ingrata longe de ti". A vida segue e eu tenho que me acostumar. É como se eu me jogasse contra paredes, uma atras da outra. Quebro uma (depois de muito esforço) e já vem outra...

De um jeito ou de outro vou sobreviver para ver outro dia, mas agora não mais para lutar. Tentarei não pensar mais, mesmo sabendo que não vou conseguir. O campo me chama e lá vou ver o que ele quer. Quem sabe ele me mostre um caminho, uma solução, para que eu ainda a consiga convencer... É claro que a vida não vai acabar mas... Ah!! Que dor! A dor da perda, da falta e da derrota. Mas o verdadeiro homem é aquele não perde, só deixa de ganhar. Então toca o barco... que eu vou tentar não perder nunca.




sexta-feira, abril 25, 2003

Recadinhos

- Várias coisas novas lá na Legião

- Tem gente do escritório lendo isso aqui... ai, ai, ai... será que teremos boas contribuições ou más interpretações?

- Acho que vou parar de beber, pq os vexames estão cada vez piores... (Porra, o povo vai achar que eu sou pinguço desse jeito... também não é assim, povo... é que andei exagerando um tempo desses aí atrás)

- Flá, se vc passar por aqui, saiba que estou com saudades e esperando o seu e-mail





A Caixa

Então, um tempo atrás aí, durante umas das aulas na gloriosa Pontifícia, eu e um camarada escrevemos um roteiro prum curta. Quem sabe uma hora dessas a gente não filma? Vou colocar aqui a primeira parte e depois as seguintes. Espero que vcs gostem. chama-se "A Caixa"® (Este roteiro está devidamente registrado e protegido contra plágio).

Parte 1

QUARTO DE JOÃO

JOÃO, vinte e poucos anos, acorda assustado com a campainha. Pula da cama com o coração saindo da boca, suando, como se tivesse sido acordado de um pesadelo.

CORREDOR DO PRÉDIO

De calça de pijama e sem camisa, João abre a porta, olha em volta e nada vê. Baixa então os olhos e vê uma encomenda da FedEx. Ele olha mais uma vez em volta, dá de ombros e decide levar a encomenda para dentro de casa.

SALA DO APARTAMENTO

João coça a cabeça pensativo, não parece entender do que se trata. Abaixa-se, abre a encomenda e vê uma caixa grande prateada, de metal. Em cima dela, um papel escrito "Especially for you".
Ele tenta abrir a caixa. Faz muita força e não consegue. Tenta em várias posições tirar a tampa, mas sempre sem sucesso. Dá então um chute na caixa e grita de dor. Olha para a porta da cozinha e sai.

COZINHA

João abre as gavetas do armário procurando algum utensílio que possa ajudá-lo. Tira de dentro da gaveta uma colher, um garfo, uma espada de brinquedo e uma calcinha. Parece não entender nada. Até que encontra uma faca, abre um sorriso e volta pra sala.




quinta-feira, abril 24, 2003

Oh Lord, please don't let me be misunderstood

Uma vez mais, a má interpretação. Escrever é realmente um exercício difícil. Eu acredito que todo escritor escreve para si mesmo e só depois pensa no que os outros vão achar. Pelo menos é o que eu faço (não que eu seja um escritor. Sou apenas um pretenso escritor).
Mas aí mora um perigo inominável. Pois não há nunca como previr o que pensarão aqueles que passarem os olhos por cima de suas palavras.

Tive experiências graves com este blog e a má interpertação. Trouxeram-me grandes, mas grande problemas mesmo.Cada um vê aquilo que acha que deve. Isso não é uma crítica, é só uma constatação. Todos fazemos isso o tempo todo. É natural, uma vez que cada um tem uma história de vida, uma maneira própria de reagir e interpretar os fatos. Mas enfim...

Tem quem leia e me ache normal.
Tem quem leia e me ache maluco.
Tem quem leia e me ache um cara sensível.
Tem quem leia e me ache um nojento.
Tem quem leia e me ache inteligente.
Tem quem leia e me ache pretensioso.
Tem quem leia e me ache um babaca.
Tem quem leia e me ache idiota.
Tem quem leia e me ache um gênio.
Tem quem leia e queira me bater.
Tem quem leia e queira me beijar.
Tem quem leia e queira me matar.
Tem quem leia e queira se casar comigo.

E no final... o que vai acontecer?




terça-feira, abril 22, 2003

Crítica do dia

Antes dessa crítica, tenho que dizer que ando percebendo que nessa época, eu falava bem de praticamente tudo. Puta coisa sem graça! Eu não críticava mesmo... só analisava alguns pontos e acabava dizendo que era bom pra alguém. Que bobagem... ainda bem que eu cresci, viu...

Segue lá então:

Venom (Century Media)
Resurrection

O novo disco do Venom tem muita força. As letras satanistas continuam no repertório e só nomes como War Against Christ e Black Flame (of Satan) já dão uma idéia do que vem pela frente. A guitarra de Jeff Dunn, ou melhor dizendo Mantas (nome do deus Etrusco do Inferno) como ele prefere ser chamado, continua destruidora. Os destaques ficam por conta da música que abre e dá nome ao álbum, Ressurection, de Leviathan - sem dúvida a melhor faixa do CD - , e de Vengeance, que tem um solo bem legal.
O único problema é que ao ouvir todas as faixas fica uma impressão de que a banda está se repetindo, sem conseguir alcançar nada. Parece que Mantas só toca a guitarra de um jeito, sem nunca mudar. Sabemos que não é bem assim, mas é o que acontece. Apesar disso, Ressurection é indicado não só para aqueles que já conhecem e gostam do Venom, mas para quem quer ouvir algo pesado e com muita fúria, não só da guitarra, mas de toda a banda.



Perdido

O que diabos está acontecendo aqui? O que eu estou fazendo comigo?
Será que estou tão carente que nem percebo mais quem vale a pena e quem não vale? Qualquer meio sorriso já me faz sair em desabalada carreira?

Tanta dor, tanta confusão... tanto silêncio.

O pior é que estou quase certo de que os sentimentos vindos do passado, as dúvidas redescobertas e a saudade que anda batendo mais forte do que nunca são apenas sintomas duma solidão que eu havia me esquecido de como lidar.

Houve um tempo em que eu havia decidido (ou melhor, percebido) que o meu caminho seria seguido por mim apenas, sozinho. E essa idéia não parecia mais tão assombrosa.
Mas várias pessoas apareceram e fizeram com que eu mudasse de idéia. Só que não sei mais o que é certo e o que é errado. Sigo o coração ou a razão? Dou vazão aos meus sonhos ou encarno definitivamente que não sou quem eu penso que sou?

Tá difícil... difícil demais...

WILL MY SOUL EVER REST IN PEACE?
Stratovarius
(Music: Tolkki / Lyrics: Tolkki)


I've been searching for an oasis
In the desert for so long
To pretend I'm strong
In my weakness trying

I've been holding on
To things that I have left behind
I've been scared and lonely
I'm crippled inside.

Bathing my soul in the starlight
Healed my wounds in the sun
Screamed my pain to the forest
Asking the question why?

Will there come a time for me when I find peace of mind
Will I always have this feeling like I'm last in the line
I will climb up the mountain and light up a candle and ask:
"Will my soul ever rest in peace?"

I've been washed in pain
Haunted by the ghosts of years ago
They won't leave me be
They keep coming back for more

Will there come a time for me when I find peace of mind
Will I always have this feeling like I'm last in the line
I will climb up the mountain and light up a candle and ask:
"Will my soul ever rest in peace?"

My crippled soul is yearning to be free.