quarta-feira, junho 24, 2009

Evolução

Por muito tempo, tempo demais inclusive, o cinema brasileiro foi assolado pela chamada "Estética da Fome". É aquela história de ficar mostrando, insistentemente, a sequência: sol-terra-rachada-menino-barrigudinho.

Nada mais cansativo e sem graça. Matéria-prima perfeita para os pseudo-intelectuais desenvolverem sua masturbação acadêmico-social. E um fracasso de público.

O cenário, felizmente, mudou. Produções como "Se eu fosse você" 1 e 2, "Divã", "Sexo, Amor e Traição", entre outras, retomaram o talento nacional para a comédia - que tem raízes na época das chanchadas da Atlântida. Conseguiram com isso reconquistar a audiência.

Além disso, filmes como "Cidade de Deus" e, principalmente, "Tropa de Elite", deram esperança de um outro gênero ser explorado pelas produções cinematográficas nacionais: a ação.

Há quem diga que foi trocado apenas o cenário e a Estética da Fome continua. Sai o Nordeste, entra a Favela Carioca.

Não é bem assim. A qualidade técnica de "Cidade" e "Tropa" estão muito acima de outras bombas produzidas antes no Brasil. Afora a questão de ritmo. São filmes dinâmicos, envolventes. Nem um pouco parecidos com aquele esquema de planos sequência lentos e quase infinitos que carcaterizaram o Brasil durante muitas gerações de cineastas.

A evolução do cinema nacional proporcinou que, agora, possamos ver algo como este "Besouro", que chega ao público em outubro desse ano. Trata-se de uma superprodução (para os padrões nacionais) de ação. Sim, é um filme de luta, mas com uma história totalmente ligada ao Brasil.

O personagem principal é um capoerista, abençoado pelas forças das entidades cultuadas pela Umbanda e pelo Candomblé, que se revolta contra o tratamento que os negros recebiam na década de 1920 no interior da Bahia.

As cenas do trailer lembram muito "O Tigre e o Dragão". Não a toa. Quem coreografa as cenas é Ku Huen Chiu, desse mesmo filme e tambem de "Kill Bill".

Boa notícia, com toda certeza.




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