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sexta-feira, junho 01, 2012

Out of the closet and into the world

Cena de Earth 2 #2, com a
confirmação da orientação sexual
do Lanterna Verde
Nesta sexta-feira, 1 de junho, a DC Comics anunciou que, após a reformulação do seu universo ficcional ocorrida há quase um ano, o Lanterna Verde original (personagem criado na década de 1940) é gay. 

Como não poderia deixar de ser, a mídia não-segmentada, não-especializada, pegou fogo. A simples menção das expressões "Lanterna Verde" e "gay" na mesma frase fez quem não conhece o assunto ficar de orelha em pé, afinal, há não muito tempo, um filme desse personagem (veja resenha aqui) com o galã Ryan Reynolds no papel principal estava estampando cartazes nas portas dos cinemas, copos de refrigerantes em lanchonetes fast food e brinquedos em geral. Natural, então, que a massa se ourice com a novidade.

Todo o processo de "saída do armário" de Alan Scott (a identidade secreta desse Lanterna) é uma grande - e não tão bem armada - jogada de marketing. Mas não que isso não possua um lado positivo.

A parte da ação de marketing falha é que o gay da história apenas compartilha do nome do Lanterna Verde, aquele do filme. Mas é um personagem completamente diferente. Que inclusive vive em outra Terra, a "Terra 2" (esse mundo dos gibis às vezes é complexo...). 

Não passa, portanto, de uma grande sacanagem dizer para todos que o "Lanterna Verde" agora é gay, pois induz o público ao erro. Ou seja, todos vão pensar que é o mesmo personagem interpretado por Ryan Reynolds.

Por outro lado, ao fazer um personagem clássico (ainda que revisto, recriado) se colocar como um homem adulto, bem sucedido, poderoso e gay, é algo que representa muito. Demonstra, em primeiro lugar, que é impossível (mesmo que as forças conservadoras queiram) negar a realidade dos direitos dos homossexuais, suas conquistas e sua força. E, muito mais importante do que isso, diz - de maneira direta - para um imenso contingente de jovens espectadores gays que sua orientação sexual é absolutamente normal e parte da vida. Não gosto e nem acredito em entretenimento que prega, que se diz educativo. Não penso que essa é a função do entretenimento (que é, óbvio, entreter). Contudo, negar a realidade ou se manter numa posição de conservadorismo só faz mal ao meio quadrinístico. 

Capa da edição com o casamento do
personagem Estrela Polar
É claro que não é a primeira vez que um personagem gay aparece nos quadrinhos mainstream. A Marvel mesmo acaba de anunciar o casamento do casal formado pelo membro dos X-Men Estrela Polar e seu namorado. Antes disso, a própria DC já possuía a Batwoman como uma mulher gay atuante em seu universo.

Os quadrinhos de super-heróis, nascidos das esperanças e do desespero de meninos perdidos da década de 1930, sempre foram moralizantes, quadrados e bastante caretas. Isso muda, relativamente, nos anos 1960, com o estilo espalhafatoso de Stan Lee e seus desajustados da Marvel: a família desconstruída do Quarteto Fantástico, o adolescente perdido do Homem-Aranha, o monstro desorientado do Hulk e os meninos e meninas que sofriam preconceito por suas diferenças dos X-Men.

Drogas, na capa de
Green Lantern/Green Arrow #85 (1971)
Mas ainda que esses temas estivessem lá, a discussão era muito mais velada do que efetivamente real. Houve um aprofundamento em temáticas mais reais que sempre é lembrado: a entrada da discussão sobre as drogas, justamente na revista do Lanterna Verde, que na época dividia o título com o Arqueiro Verde, fato ocorrido em 1971.

De lá para cá, muitas revistas tocaram, vez ou outra, em algo mais crítico da vida real, em alguma discussão mais profunda. Porém, na sua imensa maioria, foram tentativas isoladas e sem grande impacto. Mas essa recente onda de "outings" revela que criadores e departamentos de marketing das editoras se atentaram para o fato de que para continuar sendo relevantes para o público precisam ter empatia, ou seja, se colocar no lugar do espectador.

E esse espectador de hoje não é mais o mesmo do século passado. O mundo é outro e, mesmo que a fantasia seja a fundação sob a qual os quadrinhos são construídos, sem verossimilhança, narrativa contínua alguma consegue se manter.

Ou seja, ainda que de maneira capenga, colocando personagens secundários (Batwoman e Estrela Polar) ou por meio de subterfúgios (com um Lanterna de uma "Terra Paralela"), o fato é que os heróis estão saindo do armário. E entrando no mundo. Ao fazê-lo, continuam sua caminhada como uma das maiores referências da cultura pop contemporânea. 

domingo, abril 29, 2012

"Os Vingadores": uma declaração de amor nerd


O ano era 1978 e os cartazes nas portas dos cinemas diziam: “Você vai acreditar que um homem pode voar”. Chegava às telas “Superman – O Filme”, um clássico que dá a partida no uso dos super-heróis na moderna indústria do entretenimento.

Essa utilização, esse salto transmidiático, chega ao seu ápice 34 anos depois, com a estreia de “The Avengers – Os Vingadores”. Se antes era possível acreditar que um homem voava, agora se tem a certeza de que os heróis estão entre nós.


“Vingadores” é a culminação de anos de expectativa, criada desde a cena pós-créditos de “Homem de Ferro”, onde o Nick Fury de Samuel L. Jackson fala sobre uma ‘Iniciativa Vingadores’. Ali os fãs já se descontrolaram, esperando o que seria feito. Vieram então “O Incrível Hulk”, “Homem de Ferro 2”, “Thor” e “Capitão América”, formando – de maneira inédita na história cinematográfica – um universo ficcional compartilhado que se consolida plena e absolutamente no filme escrito e dirigido por Joss Whedon.


Whedon é um velho conhecido do mundo
nerd. Responsável pela série “Buffy”, além de “Firefly” e “Serenity”, este nova-iorquino de 47 anos já escreveu uma das revistas dos X-Men e ganhou o Oscar pelo roteiro do primeiro “Toy Story”. E foi a junção de todos esses trabalhos anteriores que o credenciou para prestar a maior homenagem aos fãs (como ele próprio) jamais imaginada.

Ninguém que não fosse um fã verdadeiro, realmente apaixonado pelos super-heróis, conseguiria fazer um filme tão respeitoso às dezenas de anos de histórias em quadrinhos dos Vingadores, mas que é, ao mesmo tempo, interessante e divertido para quem não é fã.

Sem se prender às minúcias que fazem a glória dos fanáticos, Whedon constrói um filme que, acima de tudo, funciona. E o mais interessante é que, para isso, o diretor e roterista bebe da fonte original. Seu filme é, sem medo de parecer exagerado, a melhor transposição de uma narrativa já apresentada nos quadrinhos para o cinema. Assim como na história original de Stan Lee e Jack ‘The King’ Kirby, no filme os heróis se unem para combater Loki, o irmão de Thor. Porém, na versão cinematográfica, o Deus da Trapaça está em conluio com uma raça de conquistadores intergaláticos, o que aumenta significantemente o tamanho de sua ameaça.

Uma das grandes vitórias de “Vingadores” (e são tantas...), é conseguir atualizar uma história de 1963, época em que a Marvel estava surgindo com uma nova visão sobre os super-heróis, mas que ainda apresentava roteiros simplistas, nos quais as motivações eram básicas: machucar o inimigo e fazê-lo sofrer para depois, claro, dominar o mundo. ‘Por quê?’, pode perguntar o espectador mais incauto. Ora, porque sim! Heróis são bons, vilões são maus e eles brigam entre si. É tudo que se precisa saber.

No filme, a narrativa segue mais ou menos essa estrutura. As resoluções de problemas são rápidas, diretas, não há grandes mistérios e nem grandes descobertas. Mas os diálogos são tão bem amarrados e bem-humorados, que conduzem o espectador naturalmente pela trama.

Falando em cinema de maneira mais ampla e comparando com outra produção com super-herói, “Batman – O Cavaleiro das Trevas” ainda é um filme muito superior. Mas ali, o foco é diferente. Christopher Nolan almeja mais da sua produção, ele quer examinar a essência da alma humana, o quão fundo pode cair um homem e como ele reagirá durante esse processo. Joss Whedon deseja apenas nos dar a diversão honesta e espetacular que recebemos dos clássicos de aventura oitentistas como “Indiana Jones” e “Goonies”.

Outra virtude de “Vingadores” que merece destaque é que todos os heróis têm seu tempo de tela, sua importância. Depois da atuação espetacular dos dois “Homem de Ferro”, era fácil pensar que Robert Downey Jr. roubaria todas as cenas de que participasse. É evidente que ele se destaca, mas não a ponto de ofuscar os demais. Chama atenção especialmente a interação com o Bruce Banner/Hulk de Mark Ruffalo e com o Steve Rogers/Capitão América de Chris Evans.

Ruffalo é o novato nesse processo, pois no filme “O Incrível Hulk”, o personagem título era interpretado por Edward Norton. Sobre isso, ao assistir “Vingadores”, ficam duas certezas: Mark Ruffalo foi um upgrade e o próximo filme de Joss Whedon deveria ser um solo do Hulk. O grande monstro verde tem as cenas mais divertidas, as melhores sacadas do filme. E Mark Rufallo constrói um Bruce Banner denso, a todo o momento seu olhar demonstra que há algo pronto a explodir e esmagar, ainda que disposto a ajudar.

Chris Evans, por sua vez, surpreende. Ator conhecido por comédias adolescentes (e também pelos sofríveis filmes do Quarteto Fantástico) compõe com sobriedade o mais difícil dos personagens do filme, o Capitão América. Entre os heróis Marvel, o ‘bandeiroso’ é o mais DC deles. Isso quer dizer que se trata de um herói reto, ‘certinho’, altruísta e, de certa forma, antiquado. Em um mundo cético e complexo como o atual, interpretar alguém que acredita nas pessoas e que é bom e honesto simplesmente porque pensa que isso é o certo, sem nenhuma outra motivação, pode ser difícil. Evans, porém, consegue encarnar o aspecto inspiracional do Capitão América, o lado deste herói que faz com ele seja a referência, o comandante desses Vingadores e coloca-se quase em igualdade com o grande Downey Jr.

Além de Homem de Ferro, Capitão América e Hulk, os Vingadores contam ainda com Thor – mais uma vez feito de maneira competente por Chris Hensworth –, com o Gavião Arqueiro, interpretado por Jeremy Renner, e com a Viúva Negra da bela Scarlett Johansson. Todos acompanhados pelo Nick Fury de Samuel L. Jackson, sua assistente Maria Hill (trazida à vida pela beldade Cobie Smulders) e, principalmente, pelo Agente Coulson de Clark Gregg.


Coulson é o catalisador do processo, é dele o plot point do segundo ato, que leva ao clímax da parte do final do filme. Mas, acima de tudo, o Agente Coulson, como bem mostra o filme, é um nerd. E assim, ele torna-se metáfora de todos os fãs nerds que acompanham os super-heróis desde o advento desta categoria de personagem, no final dos anos 1930. Se os Vingadores de fato vingam alguém, são os fãs – esse povo que por anos foi marginalizado e tido como apreciador de uma cultura mais ‘baixa’ e ‘menor’, mas que hoje se confirma como o maior gerador de receita da indústria cinematográfica. Algo pop, no melhor sentido do termo. Como bem comprova The Big Bang Theory, ser nerd está na moda. E o Agente Coulson certamente teria muito a conversar com Sheldon Cooper.

Com “Os Vingadores”, os
nerds consolidam seu reinado na contemporaneidade, pois são eles a vanguarda do movimento que eleva os super-heróis à condição mitológica, demonstrada pela relevância desses seres fantásticos no cotidiano do homem comum, como representação do desejo de liberdade das amarras da vida mundana e da busca humana constante por salvadores.

“Os Vingadores” é o cinema de ação, a ‘sessão da tarde’, a alegria e o prazer da experiência audiovisual que transforma todos em crianças. É diversão cristalizada em pouco mais de duas horas de absoluta orgia visual. Para quem não cresceu envolvido com o gênero dos Super-Heróis, é um ótimo filme. Para quem é fã, é uma declaração de amor.




segunda-feira, setembro 05, 2011

Fazendo o dia ficar mais claro

Lanterna Verde, primeira iniciativa da Warner para combater o sucesso do universo integrado Marvel nos cinemas, foi alvejado cruelmente pela crítica – tanto a da massa, quanto a dos fãs. Mas será que o filme tem tantos problemas assim?

Em primeiro lugar é preciso contextualizar o personagem. O Lanterna Verde como um policial intergalático nasce na década de 1960. Ele é um dos primeiros super-heróis a iniciar a chamada “Era de Prata” dos quadrinhos, ao lado do veloz Flash. Naquele momento, como bem conta Grant Morrison em Supergods (2011), o piloto de teste Hal Jordan, identidade secreta do herói, representa o ideal norte-americano da corrida espacial. É o piloto destemido que recebe dos céus a missão de ser o protetor do modo de vida tido como correto, justo e ordeiro. Policial pleno daquela realidade. Qualquer semelhança com o posicionamento dos EUA na Guerra Fria não é mera coincidência.

O que então faria um personagem como aquele se tornar relevante para a audiência de hoje, que nasceu num mundo em que o Muro de Berlim não passa de uma alegoria num livro de História? A resposta estava mais perto do que poderia se imaginar: dentro do coração do homem contemporâneo, refém de sua condição fragilizada e amedrontada face ao novo mundo de novidades constantes e igualdade plena dos sexos, continentes, mercados e tudo mais. Um mundo pós 11 de setembro, no qual o medo é presença constante.

Pelas hábeis mãos do hoje Chief Creative Officer (algo como “chefe criativo”) do Universo DC, o então “apenas” escritor Geoff Johns, os Lanternas Verdes se configuraram como a representação da Força de Vontade, acompanhados agora por uma miríade de cores, cada uma indicando um sentimento ou condição humana. No filme, temos apenas o encontro com o Amarelo do Medo e o próprio Verde. Mas os quadrinhos nos apresentam ainda o Vermelho da Ira, o Azul da Esperança, o Índigo da Compaixão, o Laranja da Ganância, o Violeta do Amor, além do Negro da Morte e o Branco da Vida.

Se todas essas cores serão vistas nos próximos filmes, só tempo dirá. Fato é que Hal Jordan passa a ser o homem destemido, que consegue moldar a realidade a partir de sua vontade. Desejo interno de qualquer um.
As críticas mais pesadas acusaram o filme de ter vilões fracos, a saber: o telepata Hector Hammond e a entidade do medo, Parallax. Mas haveria algo maior para ser enfrentado do que o medo em si? Talvez a representação imagética de Parallax não tenha sido a melhor possível. Ele, basicamente, é uma nuvem com rosto e tentáculos. Nos quadrinhos é um ser de aspecto reptiliano. Talvez funcionasse melhor na tela do que a tal nuvem, mas o que estava em jogo era o conceito, o ideal de superar o medo. Ou, como o filme bem coloca, de aceitar que ele existe para então ser capaz de suplantá-lo.

Em termos cinematográficos, os efeitos oscilam demais. A arte conceitual do planeta-sede da Tropa dos Lanternas Verdes, Oa, é magnífica. E funciona ainda melhor em 3D. Os personagens criados por computador para fazer parte da Tropa também são bons. Mas algumas cenas de batalha espacial deixaram a desejar.

O maior problema, no entanto, não é esse. A questão é que o roteiro de Lanterna Verde fica no meio do caminho entre ser uma ópera galáctica, nos moldes de Star Wars e uma fita de super-herói mais tradicional, como o recente (e excelente) X-Men First Class.

Entre tentar aproximar o público com cenas passadas na Terra ao invés de investir mais em aprofundar os conflitos internos de Hal Jordan, um homem atormentado pela lembrança da morte de seu pai e pela vontade de realizar aquilo que ele deixou por fazer, o filme perde a oportunidade de gerar ainda mais empatia junto à audiência.

Mas isso não faz com que seja um filme ruim. Longe disso. É divertido e interessante, com atuações bastante equilibradas. Ryan Reynolds, que faz o papel-título era um dos grandes temores da comunidade de fãs. Conhecido por papéis “engraçadinhos”, na pele de Hal consegue transparecer a impetuosidade característica do personagem, conferindo ainda uma certa graça a todo o processo. Evidente que não se trata de um ator da categoria de Robert Downey Jr e seu Homem de Ferro. Mas é superior ao Thor de Chris Hemsworth e ao Capitão América de Chris Evans. Já a mocinha vivida por Blake Lively, adorada pelas adolescentes por sua Serena de Gossip Girl, convence como a forte Carol Ferris, dublê de piloto e executiva.

Mas o grande destaque do elenco vai para os antagonistas.

O Sinestro de Mark Strong é duro, viceral, um representante da ordem pronto para buscar o domínio completo. A todo momento já se vê o futuro líder da tropa que leva seu nome e que espalhará o medo pela galáxia. Já o Hector Hammond de Peter Sasgaard tem um olhar triste, sofrido. Um outcast completo, que busca na ciência a chance de sobressair de alguma maneira. Se a medida de um herói é dada pelo tamanho de seus opositores, o Lanterna Verde já consegue se posicionar bem. Mas, pelo que indica o filme, ficará ainda melhor quando tiver Sinestro como seu principal opositor.

Lanterna Verde é melhor do que a maioria das críticas pintou. Para os fãs, não há muito que reclamar, pois a fidelidade ao material original é enorme. Mas se a DC (e a Warner, sua proprietária) querem criar um universo capaz de rivalizar com a Marvel e seus Vingadores vindouros, é preciso trabalhar um pouco melhor.

Independente disso, a grande virtude do filme é ser puramente divertido. Sem a densidade de Batman - The Dark Knight. Lanterna Verde é aquele filme que faz as crianças quererem colocar anéis nos dedos e enfrentar o escuro de seus quartos. Num mundo como o nosso, isso já faz o dia brilhar muito mais claro.


quinta-feira, agosto 19, 2010

Assim eu não aguento!

Sério, eu sei que os caras são meus amigos e tal... mas é que é tão bom que dói.

Jack Jeans, na sala de casa, tocando Time of the Season.


quarta-feira, junho 24, 2009

Evolução

Por muito tempo, tempo demais inclusive, o cinema brasileiro foi assolado pela chamada "Estética da Fome". É aquela história de ficar mostrando, insistentemente, a sequência: sol-terra-rachada-menino-barrigudinho.

Nada mais cansativo e sem graça. Matéria-prima perfeita para os pseudo-intelectuais desenvolverem sua masturbação acadêmico-social. E um fracasso de público.

O cenário, felizmente, mudou. Produções como "Se eu fosse você" 1 e 2, "Divã", "Sexo, Amor e Traição", entre outras, retomaram o talento nacional para a comédia - que tem raízes na época das chanchadas da Atlântida. Conseguiram com isso reconquistar a audiência.

Além disso, filmes como "Cidade de Deus" e, principalmente, "Tropa de Elite", deram esperança de um outro gênero ser explorado pelas produções cinematográficas nacionais: a ação.

Há quem diga que foi trocado apenas o cenário e a Estética da Fome continua. Sai o Nordeste, entra a Favela Carioca.

Não é bem assim. A qualidade técnica de "Cidade" e "Tropa" estão muito acima de outras bombas produzidas antes no Brasil. Afora a questão de ritmo. São filmes dinâmicos, envolventes. Nem um pouco parecidos com aquele esquema de planos sequência lentos e quase infinitos que carcaterizaram o Brasil durante muitas gerações de cineastas.

A evolução do cinema nacional proporcinou que, agora, possamos ver algo como este "Besouro", que chega ao público em outubro desse ano. Trata-se de uma superprodução (para os padrões nacionais) de ação. Sim, é um filme de luta, mas com uma história totalmente ligada ao Brasil.

O personagem principal é um capoerista, abençoado pelas forças das entidades cultuadas pela Umbanda e pelo Candomblé, que se revolta contra o tratamento que os negros recebiam na década de 1920 no interior da Bahia.

As cenas do trailer lembram muito "O Tigre e o Dragão". Não a toa. Quem coreografa as cenas é Ku Huen Chiu, desse mesmo filme e tambem de "Kill Bill".

Boa notícia, com toda certeza.




domingo, junho 21, 2009

"Crazy... I'm crazy for feelings..."

O reality show "A Fazenda", da Rede Record, está divertindo o público com as maluquices de um bando de sub-celebridades.

O mais interessante do programa era a loucura desmedida do ator e dublê de cantor Theo Becker. Era, porque o cara mais legal acaba de deixar a tal Fazenda.

Uso de remédio para emagrecer, suposta síndrome de abstinência, psicose pura e simples. Não importa! O que valia era Theo nos alegrando todos os dias: ou brigando com todos, ou falando sozinho.

E agora, o que vai rolar? Vai virar uma "galera animada no maior clima de animação e azaração"? Nada mais sem graça.

Agora é aguardar as cenas dos próximos capítulos. Será que a Record tem a capacidade de se reinventar tal como a Globo, em seus 9 Big Brothers? Difícil dizer.

Enquanto isso, ficamos com alguns dos melhores momentos do doidão mais perdido do Brasil, Theo Becker. Ainda bem que existe You Tube. Pois o programa mesmo ficou sem a menor graça.





quarta-feira, junho 17, 2009

Everything that's old is new again

Revendo os arquivos desse blog, vi um texto que escrevi há uns sete anos. Absolutamente tudo mudou, mas fiquei espantado (de verdade!!) com a qualidade do negócio. Decidi até republicar.

Lá vai:

The old king

There is a new culture, a brand new civilization out there. We don’t know them, we can’t understand them. Because they are modern and young. They are the bright future, while we’re the sad past. One day, they shall came and take us all out of the picture. We’ll be nothing but empty boxes in an empty room.

I, once, was a king. But not a nice one. Mine was the kingdom of lust, pain and where forgiveness and compassion doesn’t had a place to live. Now, I must pay the price for being such a stubborn and mean person.

The newborn princes will build their palaces over my skull and the bodies of my comrades. And there is nothing I can do. Death visited me already. She told me that my time here is short and if she was me, she would try to look for redemption, before it’s too late.

But I had to stay as I am. I shall avoid the storm as long as it’s possible. So, when the bright ones came here, they will respect me, because I stayed true to myself, to my kingdom and to the gods that put me in charge of it.

Then, I will cross the line between this world and the next. The lady in black will escort me. But I will never be forgotten, because every village, even the smallest of all, has a boy or girl who likes to walk in the dark side, under the dim light of the moon. And this person will remember the Black King and will work in my name.

So, the shine people will notice it, but they shall do nothing. Because there is no light without the company of the dark.


Texto meu, inspirado por Neil Gaiman

terça-feira, junho 16, 2009

A sabedoria de Mr. Catra

Entrevista completa na Revista Trip, mas aqui vai um dos melhores trechos:

O que é sorte?
Sorte é ter fé em Deus, ser abençoado, é cada dia acordar e agradecer por cada minuto.

Você parece ser um cara sempre pra cima, alto astral. nunca teve depressão?
[Exalta-se] Depressão??? Depressão por quê, gata? Depressão é frescura! Vou te contar uma passagem da minha vida: em 1999 eu perdi a minha mãe, eu perdi meu filho e eu perdi o meu cachorro.

Nossa!
Meu filho tinha cinco anos, morreu de câncer. A minha mãe morreu de infarto fulminante. E o meu cachorro caiu no canal. Não parei de trabalhar por causa disso! [Levanta-se] Depressão é coisa de quem não tem Deus no coração, de quem não tem esperança, coisa de pessoas que não vêem a beleza da lua, a divindade de uma mãe, não ficam felizes quando sentem o calor do sol nas faces, não estão ligados na carícia da brisa do vento soprando. No dia em que minha mãe morreu, eu cantei. A gente comemorou com show.


Sensacional

domingo, maio 31, 2009

Star Trek - a late review

A primeira coisa que salta aos olhos ao assistir o novo Star Trek são as sólidas atuações de todo o elenco. E isso já diz muito sobre o filme, afinal, estamos falando de personagens que haviam sido interpretados pelos mesmos atores durante mais de 30 anos antes dessa produção.

Da equipe base da nave Enterprise, começando pelo jovem navegador Pavel Checov (Anton Yelchin), passando pelo piloto Hikaru Sulu (John Cho), pelo engenheiro Montgomery Scott (Simon Pegg), até o médico Leonard “Bones" McCoy (Karl Urban), todos estão muito bem. Cada um deles consegue imprimir sua marca pessoal aos personagens, mas ainda assim mantendo um respeito e uma referência clara a quem veio antes.

Porém, em termos de atuação, os destaques são, indubitavelmente, a Uhura de Zoe Saldana, o Spock de Zachary Quinto e o Kirk de Chris Pine. A primeira consegue dominar a situação de ser praticamente a única mulher do elenco (temos a surpresa de ver Winona Ryder como a mãe de Spock, mas não é nada além de uma ponta) e representa com firmeza e paixão essa condição.

Já quando falamos do vulcano de orelhas pontudas, Quinto realmente dá um show. Em momento algum é possível lembrar que é a mesma pessoa que interpreta o já clássico vilão Sylar, de Heroes. As nuances do conflito interno do personagem, que se divide em ser um filho racional de Vulcan ou um passional terráqueo, são transmitidas com precisão, sem exagero para nenhum dos lados.

A missão de Quinto era, sem dúvida, a mais difícil entre os atores, visto que Leonard Nimoy, o Spock original (ou Prime, como foi bem nomeado nesse filme) está presente na película. Dessa forma, as comparações seriam mais que inevitáveis. Porém, a diferença entre os dois é nítida e positiva, com o novo Spock se mostrando verdadeiramente jovial e muito intenso.

Chegamos então ao Capitão Kirk. Protagonista da fita, Chris Pine não decepciona. Confesso que esse era meu maior temor: colocar um “bonitinho” qualquer para fazer um papel eternizado em estilo e (óbvio) canastrice pelo ícone absoluto, William Shatner. Mas Pine realmente surpreende. Com um Kirk ainda mais audacioso do que o tradicional – sinal de sua pouca idade – alcança um patamar que pode ser considerado, no mínimo, respeitoso.

Trama esperta
O mestre nerd J.J Abrams foi extremamente arguto ao criar uma saída no roteiro que possibilitasse recriar a franquia Star Trek sem esquecer tudo que já aconteceu na cronologia Trekker. E, mais importante, faz isso de uma maneira tão suave que até mesmo os não-iniciados conseguem entender e curtir tudo.

Essa, aliás, é a melhor qualidade deste filme: ele é acessível. É uma produção que se coloca como uma novidade desde o início. Você não precisa saber quem são os vulcanos, o Kobayashi Maru, a federação ou qualquer outro item da imensa e rica cronologia de Star Trek para se emocionar, vibrar e torcer pela equipe a bordo da Enterprise.

Mas, ao mesmo tempo, os fãs de longa data não são ofendidos por nada. Pelo contrário, são homenageados a cada segundo. Especialmente naqueles em que Leonard Nimoy está na tela. Aí está o exemplo de alguém que consegue usar a idade e a experiência a seu favor. Spock Prime é a cereja do delicioso bolo que Star Trek oferece aos espectadores.

Um bolo que nos dá a maravilhosa sensação de “quero mais”. Algo que os 193,97 milhões de dólares arrecadados apenas nos EUA demonstram que não deve estar muito longe.

terça-feira, abril 28, 2009

When the Titans walked the Earth

Pode parecer uma imensa sacanagem não atualizar o blog e, ao fazê-lo, colocar uma cópia de release. Mas é que esse filme marcou minha infância e ver um remake com as tecnologias atuais me diexa bastante empolgado.

COMEÇAM AS FILMAGENS DA AVENTURA ÉPICA CLASH OF THE TITANS

Filme será baseado no universo da mitologia grega e possui elenco estrelar

A Warner Bros. Pictures e a Legendary Pictures anunciam o início das filmagens, nesta segunda-feira, 27 de abril, da aventura épica Clash of the Titans (ainda sem título em português). O filme será dirigido por Louis Leterrier (O Incrível Hulk) e estrelado por Sam Worthington (O Exterminador do Futuro: A Salvação e do ainda inédito Avatar); pelo indicado ao Oscar® Liam Neeson (Busca Implacável e A Lista de Schindler) e por Ralph Fiennes (da série Harry Potter e O Paciente Inglês).

Em Clash of the Titans, a batalha por poder coloca homens contra reis e reis contra deuses. Mas uma guerra entre os próprios deuses poderá destruir o mundo. Nascido como um deus, mas criado como um mortal, Perseus (Sam Worthington) não consegue salvar sua família de Hades (Ralph Fiennes), um vingativo deus do submundo. Com nada mais a perder, Perseus se voluntaria para uma perigosa missão: destruir Hades antes que ele possa usurpar o poder de Zeus (Liam Neeson) e trazer destruição para a Terra. Liderando um corajoso grupo de guerreiros, Perseus começa uma perigosa jornada por mundos proibidos. Lutando contra demônios profanos e amedrontantes bestas, Perseus só irá sobreviver se permitir utilizar-se dos poderes concedidos em seu nascimento, desafiando seu destino e criando seu próprio caminho.

O protagonista do elenco, Perseus, é o australiano Sam Worthington, um filho mortal de Zeus, rei dos Deuses. Worthington será visto em breve nos cinemas em Exterminador do Futuro: A Salvação. Liam Neeson interpreta o poderoso Zeus, e Ralph Fiennes é Hades, deus do submundo, que se alimenta do medo humano. Também estão no elenco Gemma Arterton (007 – Quantum of Solace), como Io, a misteriosa guia espiritual de Perseus durante sua missão; Mad Mikkelsen (007 – Cassino Royale) como Draco, que utiliza sua espada para se juntar ao grupo de Perseus; Jason Flemyng (O Curioso Caso de Benjamin Button) como Acrisio, um homem que foi rei e agora é uma besta horrorosa, e Alexa Davalos (Um Ato de Liberdade) como Andrômeda, uma princesa destinada a morrer caso Perseus não tenha sucesso em sua investida.

Baseado no filme homônimo de 1981, escrito pelo falecido Beverly Cross, Clash of the Titans é dirigido por Louis Letterier a partir do roteiro de Phil Hay e Matt Manfredi (Aeon Flux), em uma história de Travis Beacham (Dog Days of Summer), Hay e Manfredi. O filme é produzido por Basil Iwanyk, que também produziu o drama Somos Marshall para a Warner Bros. Pictures, e Kevin De La Noy, produtor-executivo do último sucesso do estúdio, Batman – O Cavaleiro das Trevas. Os produtores executivos são o vencedor do Oscar® Richard D. Zanuck (Conduzindo Miss Daisy), que recentemente colaborou com a Warner Bros. Pictures na comédia de sucesso Sim Senhor, e Thomas Tull, Jon Jashni Willaim Fay, todos da Legendary Pictures e parte de sucessos da Warner Bros. como Batman – O Cavaleiro das Trevas e 300.

A equipe técnica responsável por criar este espetáculo da mitologia inclui o diretor de fotografia Peter Menzies Jr. (O Incrível Hulk); o desenhista de produção Martin Laing (O Exterminador do Futuro: A Salvação); o editor Vincent Tabaillon (O Incrível Hulk); a figurinista indicada ao Oscar® Lindy Hemming (Topsy-Turvy – O Espetáculo e Batman – O Cavaleiro das Trevas); o supervisor de efeitos especiais indicado ao Oscar® Nick Davis (Batman – O Cavaleiro das Trevas), o supervisor de próteses indicado ao Oscar® Conor O´Sullivan (Batman – O Cavaleiro das Trevas e O Resgate do Soldado Ryan); o supervisor de efeitos especiais e animatronics vencedor do Oscar® Neil Corbould (Gladiador) e a responsável por maquiagem e cabelo vencedora do Oscar® Jenny Shircore (Elizabeth – A Era de Ouro).

Clash of the Titans será rodado em estúdio nos arredores de Londres e mais tarde no País de Gales e nas Ilhas Canárias, predominante na cidade espanhola Tenerife, perto da costa da África. Trabalho aéreo adicional acontecerá em várias localidades da Etiópia e Islândia.

Warner Bros. Pictures apresenta, em associação com Legendary Pictures, Clash of the Titans, que será distribuído mundialmente pela Warner Bros. Pictures, uma empresa da Warner Bros. Entertainment Company.

terça-feira, março 03, 2009

Pequenas alegrias e tristezas da vida diária

Poxa, ainda bem que o Palmeiras perdeu (e feio!) para o Colo Colo em casa.

Porque depois que a Ana ficou e o Ralf saiu da casa do BBB ficou chato, viu?

Se bem que já tivemos um cachorro com nome de Ralf em casa e gente com nome de cachorro sempre é meio estranha.

Só pra completar o post BBB, Francine merece levar o milhão só por ter ameaçado a Maíra de quebrar os dentes dela.

Blé!

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

A Força é forte neste aqui

Nada resta a George Lucas a não ser tornar-se uma mera caricatura de si mesmo. Sua magia, outrora revolucionária, hoje pode - literalmente - ser feita em casa.

E com resultados realmente bons.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Vida de Zumbi

Pára tudo que o mundo ainda tem salvação.

Se, por um lado, temos a diva dos incapacitados mentais - Mallu Magalhães - seguindo um caminho pré-construído; de outro temos gente que consegue ser extremamente criativo e original, ainda que bebendo de uma fonte com mais de 60 anos.


Com vocês, Jack Jeans, em Zombie Jamboree.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Troféu Vergonha Alheia

Cara, não dá... não dá. Realmente não dá.

Não vou nem comentar. Vergonha demais.

Palmas apenas para o cara que montou isso. Esse sim é um gênio!

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Retrospectiva

2008 chega ao fim. O que nos deixa esse ano? Em termos pop, muito pouco. Música? Nada novo explodiu os ouvidos ao ponto de se tornar um clássico instantâneo. Por aqui, vivemos de emos de boutique (NX Zero, Fresno, etc.) a crianças bobas e pré-construídas (Mallu Magalhães). Na TV? A oitava temporada de Smallville tem se mostrado uma surpresa cada vez interessante, enquanto Heroes decepciona, Two and a Half Men e House mantém o nível. E, claro, Sílvio Santos dá uma tacada de mestre com Pantanal. Nas HQs, a Marvel conseguiu realmente afetar o status quo de seu universo, com Secret Invasion e tudo mais que vem acontecendo desde House of M, passando por Civil War. Enquanto a DC segue numa imensa e infindável crise. E o cinema? Bom, aí temos Iron Man e The Dark Knight e o negócio fica especial.

Música

A idiotice forçada de Mallu Magalhães é o ícone maior de um ano em que não se produziu nada de qualidade por aqui. Musicalmente falando, Mallu é até melhor que os seus contemporâneos, como os disléxicos musicais do NX Zero. Mas sair de uma nota – 55 e chegar a zero não é exatamente o que podemos chamar de vitória.

Parece que ninguém se incomoda com o fato dela falar coisas simplesmente impróprias, como nessa pergunta, em entrevista à Rolling Stone:

Você está em semana de provas na escola?

Foi semana passada, só que não consegui fazer algumas. A de química, deixei em branco. Fiz um desenho conceitual, daí tirei zero. A de física, eu nem tentei, só escrevi um poema.

Assim, vivemos em tempos de mulheres-fruta, de bundas, funk carioca e tudo mais. Mas entre erotização precoce e incentivo a não ir para a escola, sinceramente não sei o que é mais nocivo aos adolescentes.

Há uma supervalorização do que é novo, sem a menor avaliação se aquilo possui ou não qualidade. E, no caso de Mallu, soma-se ainda o fato de parecer ser legal estimular uma garota que parece “boazinha” e “inofensiva”. Onde estão as Doro Pesch, Debbie Harry e até Madonnas do mundo de hoje? Continuam sendo as mesmas, pelo visto.

Falando em Madonna, seus shows no Brasil demonstraram o que é o profissionalismo de verdade no show business. Podem dizer que ela dubla algumas músicas e que isso é mentir para o público. Só que isso não é um argumento válido. Quem esteve no Morumbi ou no Maracanã assistiu espetáculos fenomenais. União perfeita entre dança, luz, som, palco e tudo mais. Anima o público com uma energia fora do comum, propiciando momentos inesquecíveis. E, numa boa... vai pular do jeito que aquela mulher pula aos 50 anos e vê se consegue ainda cantar sem desafinar (o que ela faz, diga-se de passagem).

TV

Algum novo show se tornou impossível de não ser assistido? Realmente não. Boas estréias, como Eleventh Hour e The Mentalist se mostram promissoras, mas não chegam a verdadeiramente a empolgar. Parecem todas, de uma maneira ou de outra, rip-offs de Law and Order. Essa sim, em sua versão SVU, continua destruidora. Lá nada é sagrado e cada episódio bate com força maior na cara dos espectadores.

No campo mais fantasioso, a nova temporada de Smallville foi a melhor surpresa. Talvez seja o cancelamento que parece bater à porta ao final do 9º ano da série, mas agora o caminho de Clark em direção a assumir seu colante azul e capa vermelha está cada vez mais firme, com participações de Doomsday e até da Legião dos Super-Heróis (de uniforme, anel e tudo mais). E as histórias contadas ganharam maior densidade, fugindo da lentidão arrastada das duas últimas temporadas.

Cinema

O ponto mais alto de 2008 foi The Dark Knight. O filme é simplesmente perfeito: da atuação psicótica de Heath Ledger, à direção firme de Christopher Nolan e a dureza e dor transmitidas pelo Batman de Christian Bale.

Cenas já clássicas, como o Coringa enfermeira e o lápis que some, vão ficar marcadas no imaginário coletivo, como o vôo de bicicleta de E.T e a corrida da bola em Indiana Jones.

Como adaptação de Quadrinhos, The Dark Knight só perde para a “bíblia” Superman – The Movie. Mas há uma vantagem para o Homem-Morcego. Esta sua produção é muito mais que uma adaptação. É um filme excelente, como há muito Hollywood não produzia. Transcende o gênero e se apresenta às massas como um entretenimento complexo, de digestão difícil, dolorido. Mas ainda assim (e talvez por isso mesmo) espetacular.

Já aqueles com dificuldades em assimilar a insanidade do Cavaleiro das Trevas puderam se deliciar com o maravilhoso Iron Man. Se a Marvel havia acertado com os dois primeiro filmes dos X-Men e do Homem-Aranha, com o Homem de Ferro o nível subiu para níveis estratosféricos.

Na seqüência de abertura do filme, ao som de AC/DC, já se percebe algo diferente. Isto é HQ transformada em cinema. Não uma transferência literal como em Sin City e 300, mas uma transformação. Robert Downey Jr encarnou Tony Stark de maneira viceral. Nos extras do DVD há cenas do teste de câmera do ator e ali, logo no começo, já é possível perceber como ele conseguiu pegar as nuances do sarcasmo e da egolatria de Stark.

Entretanto, é inegável que o roteiro poderia ser um pouco melhor. Faltou mais embate entre herói e vilão e muito disso vem do fato do Iron Monger não convencer muito. Mas isso acaba sendo compensado pelos belíssimos efeitos visuais (a cena voando entre os caças é de chorar de tão boa) e o saldo é mais que positivo.

HQs

Muito poderia ser dito sobre as grandes sagas que envolveram Marvel e DC neste ano. Mas aí o foco fugiria e tudo parecia ser resumido a batalhas épicas, reviravoltas e retcons que parecem estar se repetindo incessantemente. Mas se voltarmos os olhos para personagens específicos, as coisas melhoram um pouco.

Superman está numa grande fase nas mãos de Geoff Johns e James Robinson. Este último, aliás, voltou a escrever como nos tempos de Starman. Sua edição especial Superman’s Pal Jimmy Olsen foi, disparado, o melhor one-shot do ano. A saga atual, New Krypton, parece estar levando para uma “chacoalhada” bacana, com um senso de inovação que demorou para aparecer nas revistas do Big Blue.

Em Batman as coisas estão ainda mais fortes. Batman RIP é mais uma obra-prima de Grant Morrison. A mistura de força, loucura e determinação, que estão na essência do Homem Morcego, ressurge aqui em toda sua glória. A profundidade alcançada é absurda. É quadrinho de alto-nível e totalmente mainstream. A melhor do ano, com certeza.

Na Marvel, Captain America é o maior destaque. Longe das saídas fáceis e marketeiras de matar um personagem e trazê-lo de volta logo em seguida, esta série está mantendo a mudança após a morte de Steve Rogers e com seu parceiro Bucky como o novo Capitão.

Ed Brubaker faz um excepcional trabalho não deixando cair o nível da série em momento algum, ligando os pontos numa imensa saga, que já dura mais de dois anos. É a melhor coisa da Marvel, sem dúvida alguma.

E no Brasil, a Panini merece alguns elogios. A “Coleção DC 70 Anos” é um exemplo. O número que traz a Liga da Justiça é um dos melhores, com histórias clássicas que não haviam sido publicadas antes no Brasil.

Foram lançados ainda álbuns de capa dura como “Crise na Múltiplas Terras”, “JLA por Grant Morrison” e o melhor de todos: “Starman –Vol. 1”. Relançar Starman, que nunca havia conseguido ser publicado de forma contínua no Brasil foi o maior acerto da editora. E dar um tratamento de luxo é algo mais que merecido para um material de qualidade superior como esse.

E é isso. Que venha 2009 e que consigamos ser melhor entretidos neste novo ano.

Nos vemos lá.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Copiando, copiando

Do Omelete, que pegou do Splash Page da MTV gringa:

Uma fala de Geoff Johns, um dos melhores roteristas de HQs da atualidade, que diz:

"O Universo DC representa superar seus medos e fazer a coisa certa. É como se as pessoas mal pudessem esperar pela chegada dos heróis, torcer quando eles voam, esses super-heróis épicos. Seria algo válido mostrar [no cinema] como esses personagens são vibrantes e complexos."

terça-feira, novembro 25, 2008

A campanha funcionou!

Como eu disse logo ali embaixo, tudo em Smallville caminhava para apresentar, definitivamente, o Superman.

Então comecei a campanha "Uma capa para Tom Welling". E não é que o negócio rolou?

Vejam no vídeo abaixo... É como eu disse. Potencial tem.... e muito.




segunda-feira, novembro 24, 2008

Are you ready for some metal?

Bom, diz aí ao lado que sou jornalista e, atualmente, são raras as chances que tenho de colocar em prática uma das mais prazerosas atividades inerentes a essa profissão: a entrevista. Mas o bom é que tenho clientinhos muito bacanas que me passam coisas legais para fazer.

É o caso da Yamaha Musical do Brasil, com os artistas que apóia. Hoje coloco aqui uma conversa que tive com Edu Falaschi, vocalista das bandas Angra e Almah. Nos próximos dias virá outra, dessa vez com Rafael Bitencourt, também do Angra e agora do Bittencourt Project.

Enjoy!


“Eu já estava de olho na Yamaha faz tempo”


Edu Falaschi é conhecido por ser a voz do Angra, uma das mais importantes banda de Heavy Metal não só do Brasil, mas de todo o mundo. Porém, sua capacidade musical vai bem além do canto. Compositor, arranjador e produtor, ele sempre teve contato com a música, por afinidades familiares, e seu primeiro instrumento foi um violão.

E é justamente com os violões que surgiu a oportunidade de parceria com a Yamaha. Edu já conhecia os instrumentos, pois seu parceiro de Angra, Rafael Bittencourt, os utiliza nos shows e gravações. E, em suas próprias palavras, “já estava de olho” neles.

O músico está lançando com o ALMAH, sua outra banda (como faz questão de ressaltar), o álbum Fragile Equality, no qual utilizou violões da linha CPX e Folk. Confira a seguir uma entrevista com este mais novo membro da Família Yamaha.


YAMAHA MUSICAL - Fragile Equality é o segundo álbum do seu projeto solo, o ALMAH. Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer esse som e somente conhece você e seu trabalho pelo Angra, como você apresentaria o disco?

EDU FALASCHI - O mais importante é deixar claro que o AlMAH não é mais um projeto solo e sim uma banda de Edu falaschi, Felipe Andreoli, Marcelo Barbosa, Paulo Schroeber e Marcelo Moreira. Acho que numa equipe, onde todos acreditam no trabalho e se dedicam de forma igualitaria, o resultado final é sempre mais poderoso. Fragile Equality é um dos melhores álbuns da minha carreira, grandes canções, técnica e muita energia.


YAMAHA MUSICAL - Em termos de sonoridade, o que você acredita que é a marca registrada do ALMAH?

EDU FALASCHI - Somos uma banda de Powermetal moderno e sem qualquer tipo de amarras ou limitações de estilo, temos influências que vão desde o Trash Metal, Rock Progressivo até o Metal tradicional.


YAMAHA MUSICAL - Seu trabalho como vocalista é reconhecido mundialmente, mas, lá no início da sua relação com a música, o seu primeiro instrumento foi um violão. Agora, neste álbum do ALMAH, você gravou todos os violões (utilizando instrumentos YAMAHA). Como foi essa experiência?

EDU FALASCHI - Foi maravilhoso! Eu já estava de olho na Yamaha faz tempo, desde quando o Rafael Bittencourt, meu parceiro de Angra, apareceu com suas novas guitarras e violões. Eu os experimentei, principalmente o Silent, por ser uma novidade e me encantei com som encorpado e super bem balanceado nos graves médios e agudos. Também toquei com o CPX15II e o FGX720 e me senti completamente confortável com esses violões. Eu não gosto de braços muito finos nem muito grossos e sempre foi muito difícil eu me acertar com a maioria dos violões, mas a minha integração com esses dois foi imediata.

Nas músicas com mais dedilhados eu usei o CPX15II e nas com mais ritmo e com palhetas eu gravei com o FGX720. O Silent é perfeito para minhas apresentações ao vivo pra músicas que necessitem o violão com cordas de nylon, pois com ele não tenho problemas de realimentação e microfonias desagradáveis. Além de tudo isso, ainda posso contar nas apresentações do ALMAH com o piano elétrico CP33, do qual farei uso ao vivo em algumas canções.


YAMAHA MUSICAL - O que significa para você ter o reconhecimento de ser endorsado por uma marca como a YAMAHA?

EDU FALASCHI - Só por ser uma empresa japonesa eu já me sinto feliz, pois tenho muita ligação com o Japão desde de pequeno, pois tenho dois primos de primeiro grau realmente japoneses, sou casado com uma japonesa, meu carro é japonês, minha primeira viagem ao exterior foi para o Japão, além de eu estar totalmente ligado a cultura do mangá e anime por causa dos Cavaleiros dos Zodíaco, famoso desenho animado japonês, do qual gravei as músicas na versão Brazuca.


YAMAHA MUSICAL - Para 2009, quais são seus planos?

EDU FALASCHI - Pretendo concluir os trabalhos de promoção do álbum Fragile Equality do ALMAH e, se der tudo certo, voltar com o Angra ainda no primeiro semestre. Porém, se for possível conciliar as duas bandas, eu continuarei a trabalhar com o ALMAH até o fim de 2009. Além de continuar a participar em eventos de animê, lançar o livro de mangá, que estou co-escrevendo, o " Fragile Equality - Equinócio - livro 1", talvez gravar um disco de "animetal" juntamente com um astro do rock japonês e produzir o álbum de alguma banda nacional.

sexta-feira, novembro 14, 2008

quinta-feira, outubro 30, 2008

Rock this town

São Paulo tem a incrível capacidade de ser plural em termos culturais. É possível ver de absolutamente tudo por aqui.

Tanto é, que muita gente acaba nem saindo de perto de casa, achando que ali mesmo consegue ter um vislumbre completo de todo esse universo.

Não é bem assim que as coisas funcionam na prática. É exatamente o tamanho avantajado da cidade que amplia suas possibilidades.

Um ótimo exemplo da pluralidade que a cidade oferece ocorreu no último domingo, no Tonton Jazz. Lá aconteceu o lançamento do vídeo clipe da banda/dupla Jack Jeans.

O que eles tocam? Nada mais, nada menos do que o bom e velho rock n' roll. Ou, melhor dizendo, rockabilly. E tocam bem como muito poucos.

O que mais chama a atenção é que o bar estava lotado e, diferente do que se pode imaginar num primeiro momento, não eram saudosistas que lá estavam. Muita gente nova, curtindo um estilo musical com mais de 50 anos.

As festas rockabilly rolam em São Paulo desde que o estilo voltou, no início da década de 80. Estão sempre pululando pelo underground paulistano. E chegam até a ocorrer em locais mais mainstream, como o próprio Tonton, em Moema.

No caso da Jack Jeans, vale a ressalva de que o vocalista e guitarrista Leandro Martins e sua parceira Wanice Ferry são daqueles músicos que enchem o palco e te fazem pensar porque tem gente que ainda dá atenção para bandas de moleques de 14 anos que não sabem nem como pegar numa guitarra direito.

Mas essa é uma outra discussão.

Fica aqui o clipe. Quem gostar que os procure por aí, na noite dessa cidade louca e completamente cosmopolita.