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sexta-feira, janeiro 04, 2013

Time to move on

A história deste blog acaba aqui. Foram mais de 10 anos mantendo esse espaço virtual, que já foi um pouco de tudo... bem como eu mesmo.

Quando começou, eu era estudante de jornalismo e estagiário. Hoje sou professor e empresário, dono de agência.

Por aqui destilei minhas desilusões: amorosas, profissionais, esportivas e acadêmicas. Também comemorei - e muito - nesses mesmos temas.

Conheci pessoas muito bacanas por conta do que escrevi aqui, assim como afastei gente que ficou bem louca da vida com a minha visão sobre elas e sobre mim mesmo.

Fiz análises sobre filmes, gibis, livros, discos, programas de TV e o que mais me desse vontade.

E até por conta desse conteúdo todo, o blog continuará existindo - pelo menos até o Google não o destruir.

Quem ainda passar por aqui e tiver interesse, pode me encontrar em meu novo espaço:

Professor Thiago Costa

Lá pode ser encontrada minha produção acadêmica, os conteúdos que utilizo em sala de aula e mais textos com análises diversas do mundo da cultura pop. Nos vemos por aí.

Vida longa e próspera!

sexta-feira, junho 01, 2012

Out of the closet and into the world

Cena de Earth 2 #2, com a
confirmação da orientação sexual
do Lanterna Verde
Nesta sexta-feira, 1 de junho, a DC Comics anunciou que, após a reformulação do seu universo ficcional ocorrida há quase um ano, o Lanterna Verde original (personagem criado na década de 1940) é gay. 

Como não poderia deixar de ser, a mídia não-segmentada, não-especializada, pegou fogo. A simples menção das expressões "Lanterna Verde" e "gay" na mesma frase fez quem não conhece o assunto ficar de orelha em pé, afinal, há não muito tempo, um filme desse personagem (veja resenha aqui) com o galã Ryan Reynolds no papel principal estava estampando cartazes nas portas dos cinemas, copos de refrigerantes em lanchonetes fast food e brinquedos em geral. Natural, então, que a massa se ourice com a novidade.

Todo o processo de "saída do armário" de Alan Scott (a identidade secreta desse Lanterna) é uma grande - e não tão bem armada - jogada de marketing. Mas não que isso não possua um lado positivo.

A parte da ação de marketing falha é que o gay da história apenas compartilha do nome do Lanterna Verde, aquele do filme. Mas é um personagem completamente diferente. Que inclusive vive em outra Terra, a "Terra 2" (esse mundo dos gibis às vezes é complexo...). 

Não passa, portanto, de uma grande sacanagem dizer para todos que o "Lanterna Verde" agora é gay, pois induz o público ao erro. Ou seja, todos vão pensar que é o mesmo personagem interpretado por Ryan Reynolds.

Por outro lado, ao fazer um personagem clássico (ainda que revisto, recriado) se colocar como um homem adulto, bem sucedido, poderoso e gay, é algo que representa muito. Demonstra, em primeiro lugar, que é impossível (mesmo que as forças conservadoras queiram) negar a realidade dos direitos dos homossexuais, suas conquistas e sua força. E, muito mais importante do que isso, diz - de maneira direta - para um imenso contingente de jovens espectadores gays que sua orientação sexual é absolutamente normal e parte da vida. Não gosto e nem acredito em entretenimento que prega, que se diz educativo. Não penso que essa é a função do entretenimento (que é, óbvio, entreter). Contudo, negar a realidade ou se manter numa posição de conservadorismo só faz mal ao meio quadrinístico. 

Capa da edição com o casamento do
personagem Estrela Polar
É claro que não é a primeira vez que um personagem gay aparece nos quadrinhos mainstream. A Marvel mesmo acaba de anunciar o casamento do casal formado pelo membro dos X-Men Estrela Polar e seu namorado. Antes disso, a própria DC já possuía a Batwoman como uma mulher gay atuante em seu universo.

Os quadrinhos de super-heróis, nascidos das esperanças e do desespero de meninos perdidos da década de 1930, sempre foram moralizantes, quadrados e bastante caretas. Isso muda, relativamente, nos anos 1960, com o estilo espalhafatoso de Stan Lee e seus desajustados da Marvel: a família desconstruída do Quarteto Fantástico, o adolescente perdido do Homem-Aranha, o monstro desorientado do Hulk e os meninos e meninas que sofriam preconceito por suas diferenças dos X-Men.

Drogas, na capa de
Green Lantern/Green Arrow #85 (1971)
Mas ainda que esses temas estivessem lá, a discussão era muito mais velada do que efetivamente real. Houve um aprofundamento em temáticas mais reais que sempre é lembrado: a entrada da discussão sobre as drogas, justamente na revista do Lanterna Verde, que na época dividia o título com o Arqueiro Verde, fato ocorrido em 1971.

De lá para cá, muitas revistas tocaram, vez ou outra, em algo mais crítico da vida real, em alguma discussão mais profunda. Porém, na sua imensa maioria, foram tentativas isoladas e sem grande impacto. Mas essa recente onda de "outings" revela que criadores e departamentos de marketing das editoras se atentaram para o fato de que para continuar sendo relevantes para o público precisam ter empatia, ou seja, se colocar no lugar do espectador.

E esse espectador de hoje não é mais o mesmo do século passado. O mundo é outro e, mesmo que a fantasia seja a fundação sob a qual os quadrinhos são construídos, sem verossimilhança, narrativa contínua alguma consegue se manter.

Ou seja, ainda que de maneira capenga, colocando personagens secundários (Batwoman e Estrela Polar) ou por meio de subterfúgios (com um Lanterna de uma "Terra Paralela"), o fato é que os heróis estão saindo do armário. E entrando no mundo. Ao fazê-lo, continuam sua caminhada como uma das maiores referências da cultura pop contemporânea. 

terça-feira, março 08, 2011

A cidade e o anticarnaval

Jantando com amigos durante este carnaval, alguém contou a história de alguns estrangeiros que estavam espantados com a calmaria da época aqui na cidade de São Paulo. Afinal, eles ouviram comentários de que por aqui, durante essas festividades, as mulheres (todas elas) andavam nuas pelas ruas, obrigando os homens a fazer sexo com elas.

Loucura, não é mesmo? Fiquei então pensando no espanto daqueles e de outros gringos ao andarem por São Paulo durante o carnaval. A tranquilidade e o vazio que toma conta da maior parte dessa imensa metrópole.

Evidente que em outras cidades, como Salvador, Rio e Recife, o carnaval toma conta de quase tudo, mas por aqui é bem diferente. É possível se esconder de tudo e viver quatro dias de férias, dentro do seu universo conhecido, mas com um twist que faz toda diferença. Um anticarnaval completo.

“Tem graça?”, pergunta o incauto. Ora... e o que mais teria?

segunda-feira, junho 15, 2009

A maconha na PUC ou “a Revolta dos acéfalos”

Durante a semana passada, a Reitoria da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a famosa PUC-SP, decidiu finalmente deixar para trás a política do “finjo-que-não-vi” e divulgou um plano de combate ao uso de drogas dentro do campus, notadamente a maconha. Fato visto no Estadão e na Vejinha.

Falando com a experiência de quem passou cinco anos pelas salas do Prédio Velho, Prédio Novo e Corredor da Cardoso, nos cursos de História e Jornalismo (tidos como dois dos mais “maconheiros”), afirmo sem medo de errar que a medida chega em boa hora. Afinal, antes tarde do que nunca.

Na época em que fui membro da diretoria do Centro Acadêmico Benevides Paixão (Jornalismo, Publicidade, entre outros cursos), lá pelos idos do começo da década do ano 2000, chegamos ao absurdo de fazer um plebiscito para saber se deveria ou não ser liberado o uso de maconha dentro do espaço do CA - um misto de inocência, excesso de confiança na democracia e burrice, tudo motivado por aquele clima de “vamos mudar o mundo”, muito justo e necessário durante a faculdade.

Quem estuda ou estudou em outras universidades acha essa história toda muito estranha, pois não faz sentido uma instituição (ainda mais uma do gabarito que, supostamente, a PUC possui) ser um local em que se fuma maconha livremente. Mas sim, lá na PUC é assim mesmo. As pessoas fumam até mesmo em salas de aula durante os intervalos. Mais do que triste, é uma situação descabida, a qual o atual reitor faz muito bem em se opor.

Alunos brigam e esperneiam pela decisão. Mas vamos lá, qual é o motivo desse questionamento? Lutar porque a reitoria está empenhada em cumprir a lei? No mínimo ridículo.

Os contrários à determinação de apertar o cerco aos usuários da erva dizem que estão sendo cerceados em sua liberdade. Mas que liberdade é essa? A de fazer algo que é classificado como crime pela Lei Federal n.º 11.343? Não faz o menor sentido.

A universidade é, sem dúvida alguma, o espaço para a discussão de temas polêmicos da sociedade. E não há nenhum questionamento acerca de a descriminalização ou não da maconha é um desses temas. Mas não se pode confundir vanguardismo com baderna. O fato é: maconha é crime. Hoje é assim. Se amanhã não será, esse é outro ponto.

O que não se pode é macular um espaço criado para a ampliação e criação de alto conhecimento com a utilização fora de propósito, transformando o local num oásis da falta de lei.

Os defensores da maconha na PUC parecem esquecer (muito comodamente, diga-se de passagem) que a compra de drogas financia o tráfico. Uma atividade ligada diretamente ao que há de mais podre no crime organizado. Quem compra a menor quantidade que seja de droga está ajudando a aliciar crianças, a aumentar as estatísticas de mortes entre adolescentes e a entupir as cadeias de gente. Onde está a liberdade? Onde está o benefício? Onde está a vanguarda do movimento estudantil?

Só respeito alguém que diga que não é assim que funciona se essa pessoa plantar a própria erva. Mas, ainda assim, faço a ressalva de que continua sendo ilegal.

Enquanto isso, naquela mesma PUC, muitos professores fingem que dão aulas, os laboratórios estão sucateados, não há uma política consistente de bolsas de estudo, menos ainda de apoio a atividades culturais e esportivas. E os alunos ainda se dignam a brigar porque não podem mais fumar maconha. É de um egoísmo atroz.

Isso sem falar naquilo que deveria indignar ainda mais os dirigentes dos Centros Acadêmicos: a proposta de colocação de catracas, impedindo o livre trânsito da comunidade pelo campus. Isso sim uma afronta à tradição democrática da PUC.

A decisão do reitor de combater a maconha com empenho é sim digna de aplausos. Mas que não seja mais um factóide político. Além disso, os tais bedéis precisam estar atentos a toda universidade. Não somente nos cursos que já possuem a pecha de serem maconheiros. Porque não é só no CACS (Centro Acadêmico de Ciências Sócias), no Benevides e no CASS (Centro Acadêmico de Serviço Social) que se fuma. No C.A de Direito, menina dos olhos da direção da Universidade, de onde saem pessoas para grandes escritórios e tudo mais, também se fuma. O mesmo vale para o C.A da FEA (Administração e Economia).

Eu já pensava assim antes, quando ainda era estudante (e me posicionei dessa forma no tal plebiscito que falei anteriormente), e continuo com a mesma posição. Não se pode nunca confundir o debate saudável e enriquecedor – inclusive sobre a maconha – com bandalheira. É fundamental entender que, ao fazer algo que é contra a Lei e ainda por cima prejudica outros, qualquer possibilidade de ser levado a sério se esvai. Perde-se a capacidade de ter respeitada sua argumentação.

Em meio a toda essa discussão, fica apenas uma certeza: alunos e Reitoria deveriam se preocupar com muitas outras coisas, todas elas mais importantes para a vida universitária, ao invés de gastar tempo e recursos em cima de um assunto que não é nada além de mera cortina de fumaça.

domingo, maio 03, 2009

Da crise do homem contemporâneo

Fico assustado como grande parte dos homens ainda não compreendeu seu papel na contemporaneidade. Todos os dias vemos exemplos de homens que teimam em se comportar como se vivessem no século retrasado, tratando as mulheres como se fossem seu gado, prontas toda hora para emprenhar ou para o abate.

Porém, esses exemplares do machismo não conseguem perceber as sucessivas perdas que tem ao ainda reproduzir comportamentos arcaicos, como acreditar que homens e mulheres possuem direitos diferentes: meninos podem sair e pegar várias, meninas simplesmente não.

Poucas coisas são tão ridículas como esse pensamento. Mas o que podem fazer esses caras, de trinta e poucos, quarenta anos, que viram a vida de seus pais serem passadas assim: cheias de desrespeitos às esposas, pensamentos não-igualitários e sistemas de domínio pela força e pelo medo? Pouco ou nada.

O que se vê, nesses casos, são seguidas separações, discussões e conflitos. E uma infinidade de pessoas infelizes. Como, então resolver essas situações?

Só há um caminho: o do real reconhecimento da igualdade entre os sexos. Homens e mulheres já são iguais em absolutamente tudo. Se falarmos no ambiente corporativo, isso é ainda mais claro. A quantidade de mulheres em postos de comando nas empresas é cada vez maior. E tem gente que é mandada por uma garota no trabalho e chega em casa e acha que é melhor que a esposa ou namorada. Parece até uma tentativa de se reafirmar.

Já é passada a hora da parceria. Ou, melhor dizendo, da identificação da parceria. Somente com a consciência de que apenas juntos é possível avançar, homens e mulheres conseguirão obter relacionamentos duradouros e verdadeiros.

Mas, para finalizar, é preciso lembrar: que as mães não sejam mais machistas que os próprios homens e parem de criar “pequenos príncipes”. Aí sim a vida dos homens poderá ser vivida plenamente.